O novo comandante nacional da PSP, Luís Carrilho, deixou nesta terça-feira um aviso à corporação que dirige: “A sociedade tem uma tolerância muito baixa ao erro da polícia.”
O dirigente máximo da corporação não falou em casos concretos, mas a mensagem surge dias depois de se saber que a PSP manteve durante vários anos ao serviço um agente suspeito de sufocar um homem para lhe extrair uma confissão. As suspeitas haviam de ser confirmadas em tribunal e o agressor condenado a três anos de pena suspensa, mas só depois disso foi expulso da corporação, ainda era José Luís Carneiro ministro da Administração Interna.
A preocupação de Luís Carrilho é também a da actual titular da pasta, Margarida Blasco. À margem da cerimónia de tomada de posse do novo comandante da Unidade Especial de Polícia, Pedro Teles, a ministra defendeu que estes profissionais têm de “ter boa formação, de saber estar”. Já o superintendente que a partir de agora dirige esta unidade de elite, vocacionada para o controlo de multidões mas também para a segurança pessoal de figuras de Estado, deixou também ele um recado aos seus homens ao declarar-se contrário a “qualquer forma de extremismo ou de discriminação”.
Questionado pelos jornalistas, o comandante nacional da PSP escusou-se a dizer se vai ou não cumprir a recomendação da Inspecção-Geral da Administração Interna para que os agentes da Unidade Especial de Polícia andem com a sua identificação sempre à vista. “Estamos a analisar”, acabou por responder. A recomendação surge depois de esta inspecção não ter conseguido identificar quem foi o polícia que abriu a cabeça a um cidadão que ia assistir a um jogo de futebol entre o Famalicão e o Sporting, a 3 de Fevereiro passado.
Entretanto, o Ministério da Administração Interna está a fazer esforços para conseguir pagar ainda durante Agosto o aumento do suplemento salarial de missão negociado com a PSP e com a GNR. Por agora são mais 200 euros mensais que acrescem aos cem que os polícias já recebiam, e igualmente taxados. Nalguns casos, consoante a situação de cada um, o aumento líquido fica-se pelos cem euros, ou menos ainda, o que tem estado a gerar alguma insatisfação dos agentes patente nas redes sociais.
Mas neste particular não há nada a fazer, admitiu, à margem da mesma cerimónia, o secretário de Estado da Administração Interna, Telmo Correia: “Todos temos de pagar impostos.”