No primeiro dia de 2012, Luís Valente de Oliveira começou a escrever as suas memórias políticas. Ao longo de mais de cinco anos, com a precisão de um relógio suíço e a disciplina de um protestante alemão, embrenhou-se entre os milhares de papéis onde registou os mais ínfimos encontros ou reuniões de Conselhos de Ministros que ficaram para a história. Semana após semana, chegou a escrever durante mais de cinco horas por dia, até concluir os seus Trilhosum gigantesco acervo de cinco mil páginasdistribuído por 12 volumes, que constitui um retrato indispensável do país entre o pós-25 de Abril, quando chega à Comissão de Coordenação da Região do Norte, depois ao Ministério da Educação, até 1995, quando deixa de ser um dos ministros mais poderosos dos governos de Cavaco Silva – tinha a seu cargo o Planeamento, o Ambiente, as autarquias, a Ciência e os fundos da então CEE.
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