O ex-governador do Banco do Canadá, Mark Carney, se juntará ao Partido Liberal como conselheiro especial, disseram fontes à CTV News.
Um anúncio oficial sobre o novo papel de Carney deve ser feito na segunda-feira. O Global News foi o primeiro a relatar a mudança.
Carney deve comparecer ao retiro do caucus do Partido Liberal em Nanaimo, BC, nos próximos dias para falar com os parlamentares sobre a economia.
Neste verão, Trudeau confirmou que manteve conversas com Carney sobre a possibilidade de se juntar ao governo liberal.
“Estou conversando com Mark Carney há anos sobre fazê-lo se juntar à política federal”, Trudeau disse aos repórteres em julho. “Ele seria uma excelente adição em um momento em que os canadenses precisam de boas pessoas para se destacarem na política.”
O ex-governador do banco central — que agora trabalha como chefe de investimentos de transição na Brookfield Asset Management e como enviado especial das Nações Unidas para ação climática e finanças — vem recebendo rumores há anos de que está de olho no cargo de Trudeau.
Ele jogou água fria na especulação várias vezes, no entanto, insistindo que apoia o primeiro-ministro. Ele disse ao apresentador do Question Period da CTV, Vassy Kapelos, em uma entrevista em janeiro que Trudeau ainda será o líder liberal indo para a próxima eleição federal, atualmente programada para outubro de 2025.
Kapelos também perguntou se suas ideias sobre os tipos de políticas que o governo federal poderia adotar significam que ele pode estar interessado em uma posição de gabinete no governo Trudeau.
“Bem, veja, você não apenas distribui cargos como ministros de gabinete, mas você distribui conselhos gratuitos, que é o que eu tenho feito”, ele disse na época. “E veja, eu me importo. Este é meu país, eu me importo profundamente com ele.”
Ex-executivo do Goldman Sachs, Carney foi nomeado governador do Banco do Canadá em 2008, em meio à crise financeira global.
Ele continua sendo o segundo governador mais jovem do Banco do Canadá na história.
Naquela época, ele também havia desempenhado um breve papel como vice-governador do banco central e no departamento financeiro do governo federal.
Em 2009, enquanto elogiava o Canadá pela forma como ele resistiu à crise financeira do ano anterior em comparação a outros países, Carney pressionou outros a seguirem o exemplo e pediu reformas abrangentes no sistema financeiro mundial.
Mais tarde, Carney seria amplamente creditado por ajudar a conduzir o Canadá durante a crise global.
Durante seu mandato como banqueiro central do Canadá, Carney também assumiu vários cargos de alto nível, incluindo presidente do Comitê do Sistema Financeiro Global e chefe do Conselho de Estabilidade Financeira do G20.
Ele também foi nomeado um dos 25 líderes mais influentes do mundo pela revista Time em 2010 — o único banqueiro central na lista ocupado por figuras como o ex-presidente dos EUA Barack Obama — e se tornou conhecido no setor de bancos centrais.
O mandato de cinco anos de Carney como governador do Banco do Canadá terminou em 1º de junho de 2013 e, um mês depois, ele assumiu o mesmo cargo no Banco da Inglaterra, tornando-se o primeiro estrangeiro a ser nomeado governador daquela instituição em seus mais de três séculos de história.
Carney — um oficial da Ordem do Canadá desde 2014 — mais tarde concordou em permanecer no comando do Banco da Inglaterra por mais dois anos, para ajudar a facilitar a transição do Brexit.
Na mesma época, em agosto de 2020, Trudeau escolheu Carney para atuar como “conselheiro informal” no plano de recuperação do governo após a pandemia.
Abril de 2021 marcou a revelação oficial de Carney como um liberal convicto, fazendo um discurso elogiando muitas das políticas do partido e aumentando as especulações de que ele estava considerando colocar seu nome em uma cédula de votação.
Após o discurso, o presidente da Nanos Research, Nik Nanos, disse à CTV News Trend Line que Carney acrescentaria “muita credibilidade na frente fiscal aos liberais”, além de ser “um alvo significativo para os conservadores”.
Carney obteve seu bacharelado em economia pela Universidade Harvard, antes de fazer seu mestrado e doutorado pela Universidade de Oxford, também em economia.
Com arquivos de Rachel Aiello, da CTV News.
