Uma tragédia aconteceu no domingo, quando um bombardeio em um movimentado mercado em Sennar, sudeste do Sudão, deixou pelo menos 21 mortos e mais de 70 feridos.
A Sudan Doctors Network condenou o bombardeio. O ataque, atribuído às Forças de Apoio Rápido paramilitares (RSF), foi descrito como um “massacre”.
Confirmando os números de vítimas, o sindicato dos médicos declarou que as equipes médicas estão trabalhando incansavelmente para tratar os feridos.
Isso ocorreu em meio a uma crise humanitária cada vez pior, com mais de 10 milhões de deslocados e milhares de mortos desde o início da guerra civil em abril passado.
Apesar dos esforços internacionais, as negociações de paz falharam em acabar com o conflito. Várias rodadas de negociações de paz foram mediadas pela Arábia Saudita e pelos EUA.
A RSF, liderada por Mohamed Hamdan “Hemedti” Dagalo, controla áreas significativas, incluindo partes de Cartum, Cordofão e Darfur, onde é acusada de usar estupro como arma de guerra e atacar comunidades não árabes.
Ela surgiu da milícia Janjaweed, que foi acusada de genocídio contra comunidades não árabes em Darfur em 2003.
Ambos os lados são acusados de cometer atrocidades, com descobertas recentes da ONU sugerindo potenciais crimes de guerra e crimes contra a humanidade. O governo sudanês rejeitou as descobertas da ONU, chamando o Conselho de Direitos Humanos de “político e ilegal”.
“O governo sudanês rejeita integralmente as recomendações da missão da ONU”, disse o Ministério das Relações Exteriores sudanês, que é leal ao chefe do exército, general Abdel Fattah al-Burhan, em um comunicado no sábado.
A situação continua terrível, com a RSF buscando legitimidade internacional apesar de seu envolvimento no conflito. Nos últimos meses, ela tem enviado delegados para negociações de paz na Suíça que foram rejeitadas pelo exército.
Este último incidente eleva o número de mortos no Sudão para mais de 20.000 nos últimos 16 meses, com muitos outros deslocados e afetados pelo conflito em curso.