Um dos dois homens condenados na segunda-feira a 6 anos e meio por violações de armas de fogo e delitos no bloqueio de fronteira em Coutts, Alta., diz que o tempo que já passou atrás das grades o mudou e que sua “arma solene” agora é o amor.
“Permaneça forte, viva livre, espalhe amor — não guerra”, disse Anthony Olienick, lendo uma declaração preparada, a um juiz do Tribunal do King’s Bench antes da sentença.
“Ganhei uma compreensão mais forte sobre o destino divino que me aguarda”, acrescentou.
“Continuarei a ajudar os outros a espalhar a verdade, a felicidade e a alegria. Unindo as pessoas usando o amor como minha arma solene.”
Seu co-acusado, Chris Carbert, se recusou a falar antes que o juiz David Labrenz proferisse sua decisão de condenação.
Nenhum dos homens cumprirá a pena integral, pois o juiz deu a eles quase quatro anos de crédito pelo tempo que passaram sob custódia desde suas prisões em fevereiro de 2022.
Olienick não demonstrou emoção enquanto Carbert parecia taciturno e cruzava os braços enquanto as sentenças eram proferidas.
O bloqueio paralisou o trânsito na fronteira entre Canadá e EUA por duas semanas no início de 2022. Foi um dos vários protestos nacionais contra as regras da COVID-19 e as determinações de vacinação, que polarizaram a opinião pública.
A polaridade persistente era evidente na segunda-feira. Um murmúrio de desaprovação dos apoiadores dos dois manifestantes pôde ser ouvido no tribunal enquanto a sentença era lida. O juiz havia avisado anteriormente que nenhuma explosão seria tolerada.
“Tchau, Chris. Tchau, Tony. Mantenham a cabeça erguida”, disse um homem enquanto Carbert e Olienick eram levados para fora do banco dos réus.
No mês passado, um júri considerou a dupla culpada de desordem acima de US$ 5.000 e posse de uma arma perigosa à paz pública. Olienick também foi condenado por posse de uma bomba caseira.
Eles foram considerados inocentes da acusação mais grave que enfrentavam: conspiração para assassinar policiais no bloqueio.
Os homens foram presos depois que a RCMP encontrou armas, munição e coletes à prova de balas em trailers perto do bloqueio. Os manifestantes restantes então se dispersaram pacificamente.
O julgamento ouviu que Olienick e Carbert acreditavam que estavam tomando uma posição necessária contra uma potencial tirania e injustiça.
Embora os dois homens acreditassem que sua causa era justa, o juiz disse que eles não podiam fazer justiça com as próprias mãos.
“Ambos se armaram com o propósito de usar essas armas contra a polícia”, disse Labrenz.
“Felizmente, nenhum dos dois decidiu que era o momento certo para um ataque surpresa.”
Ele acrescentou que havia uma ameaça real à polícia e ao público.
Olienick foi condenado a seis anos de prisão por porte de arma de fogo, uma pena simultânea de seis meses por dano e mais seis meses por porte de bomba caseira.
Carbert foi condenado a seis anos e meio pelo crime de porte de arma de fogo e uma pena simultânea de seis meses por dano.
Ambos receberam a proibição vitalícia de porte de arma e foram obrigados a fornecer DNA.
A Coroa argumentou que os homens deveriam cumprir nove anos, citando o potencial de violência contra a polícia.
Advogados de defesa disseram que o tempo que os homens já haviam cumprido sob custódia era punição suficiente. Fora do tribunal, eles disseram que estavam decepcionados e planejavam apelar das sentenças e das condenações por porte de arma de fogo.
“Acho que havia muita margem para que a sentença fosse menor, e acho que ela deveria ter sido menor”, disse a advogada de Carbert, Katherin Beyak.
“A esperança era que ele fosse para casa hoje, mas obviamente isso não vai acontecer.”
No início deste ano, outros dois manifestantes acusados de conspiração para cometer assassinato no bloqueio se declararam culpados de acusações menores.
Christopher Lysak foi condenado a três anos por posse de arma de fogo restrita em local não autorizado. Jerry Morin foi condenado a 3 anos e meio por conspiração para tráfico de armas de fogo.
Essas sentenças equivaliam ao tempo que os homens já haviam cumprido.
Este relatório da The Canadian Press foi publicado pela primeira vez em 9 de setembro de 2024.
