Especialista em segurança aérea sobre queda de avião no Brasil: ‘Eu não voaria com eles’


Mary Schiavo descreve cuidadosamente o que viu acontecer quando o voo 2283 da Voepass Linhas Aéreas caiu no Brasil na sexta-feira, um acidente aéreo que matou todas as 62 pessoas a bordo.

“Este vídeo forneceu um número tremendo de pistas”, disse Schiavo ao Global News em uma entrevista de Charleston, Carolina do Sul, comentando sobre um vídeo de celular mostrando o avião de passageiros em um parafuso plano.

O advogado especializado em aviação e ex-inspetor-geral do Departamento de Transportes dos Estados Unidos foi solicitado a analisar o que os investigadores examinarão após a queda do ATR 72-500 perto de São Paulo, Brasil.

“Ficou claro que eles tiveram um estol aerodinâmico total e, quando o vídeo foi capturado, não havia como salvar o avião”, disse Schiavo.

Dados de rastreamento de voo mostram que o avião turboélice bimotor de fabricação francesa caiu 17.000 pés em apenas um minuto, embora as razões para a descida rápida ainda não sejam conhecidas.

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Com base no vídeo e no áudio amplamente compartilhados nas redes sociais, Schiavo diz que parece que o avião ainda tinha energia.

“Foi útil saber que os motores ainda estavam funcionando, não houve nenhuma falha no motor”, disse ela.

Mesmo assim, com base no vídeo e no radar, o avião de passageiros parecia ter caído do céu.

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“De acordo com o radar, foi muito rápido. Eles estavam a 204 nós, e então não tiveram nenhum movimento para frente”, ela disse.

“Não houve comunicação de controle de tráfego aéreo, não houve Mayday, não houve nenhum aviso à torre de que eles precisavam que a via aérea fosse liberada para eles, nada; eles não tiveram tempo para se comunicar”, acrescentou Schiavo.


Clique para assistir ao vídeo: 'Acidente de avião no Brasil: não há sobreviventes do voo com 61 passageiros, dizem autoridades'


Queda de avião no Brasil: não há sobreviventes em voo com 61 passageiros, dizem autoridades


Alguns especialistas em aviação no Brasil sugerem que o acidente pode ter sido resultado de formação de gelo, um problema que já foi causa de acidentes envolvendo o ATR 72.

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Mais notavelmente, em 31 de outubro de 1994, o voo 4184 da American Eagle viajando entre Indianápolis e Chicago encontrou condições severas de gelo. O ATR 72 perdeu o controle e caiu em um campo. Todas as 68 pessoas a bordo morreram.

No momento do acidente no Brasil, foi relatado que havia um alerta meteorológico ativo para “alto risco de congelamento” ao longo da trajetória de voo da aeronave.

A Transport Canada certificou o ATR 72-500 para serviço no Canadá em 2017. Na época, o consórcio franco-italiano afirmou que a aeronave era “a combinação perfeita para mercados desafiadores, como o Canadá”.

Em um comunicado à imprensa, a ATR se gabou da capacidade da aeronave “de voar em condições climáticas extremamente frias e geladas, de decolar e pousar em pistas curtas e não pavimentadas, e seu desempenho incomparável é inestimável”.

As transportadoras com aeronaves ATR em sua frota incluem a Calm Air, uma companhia aérea regional em Manitoba, Canadá Norte, que atende os Territórios do Noroeste, Nunavut e algumas províncias, e a North Star, com sede em Thunder Bay, Ontário.

Embora possa levar semanas para que os investigadores identifiquem a causa do acidente no Brasil, após analisar o gravador de dados de voo e o gravador de voz da cabine, Schiavo concorda que a Transport Canada pode querer revisar sua certificação do ATR 72, dependendo do resultado da investigação.

Ela diz que entende por que alguém seria cauteloso ao pilotar esse tipo de aeronave, dadas as preocupações renovadas sobre a formação de gelo.

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“O medo é uma emoção e um sentimento muito importante e, francamente, em um ATR em gelo, depois de ver aquele acidente, eu sinceramente não gostaria de entrar em um também em gelo”, disse ela.

“Posso dizer-vos que, depois do relatório de 1995 nos Estados Unidos da América, onde ocorreu o terrível acidente de gelo com o ATR, eu não os pilotaria”,

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