Um serial killer, John Wakefield, assassinou seis pessoas na Ilha Harper em 2003, com a mãe de Abby sendo uma das vítimas. Severamente traumatizada pelo incidente e pela memória da ilha em si, Abby se muda, apenas para retornar sete anos depois para um casamento. No entanto, o problema já está se formando: as pessoas a bordo da balsa a caminho da ilha não sabem que o primo da noiva, Ben (Clint Carleton), foi amarrado e desmembrado na hélice da balsa (!), um dos convidados secretamente tem uma quantia excessiva de dinheiro e uma arma consigo, e o ex da noiva chega secretamente com a intenção de romper o casamento. Alguém poderia pensar que as coisas não poderiam ficar mais ameaçadoras, mas elas ficam, já que o tio do noivo, Marty (Harry Hamlin), cai para a morte depois que alguém corta uma passarela ao meio, deixando bem claro que um assassino está à solta.
As mortes eram frequentemente inventivas e sangrentas, constantemente ultrapassando os limites do que era esperado de um programa da CBS que ia ao ar aos domingos — quero dizer, em um ponto, uma pá de cabeça fixada em cima de um lustre cai e perfura o crânio de um personagem em um ambiente público, e mergulha a ilha no caos. Há armadilhas no estilo “Jogos Mortais” empregadas em certas junções, levando a resultados extremamente sangrentos, e essas mortes nunca parecem previsíveis, pois cada personagem é desenvolvido com igual cuidado e nuance, tornando difícil marcar alguém como “dispensável”. Há pistas espalhadas pelos episódios que ajudam a juntar as peças do quebra-cabeça, mas essas revelações são medidas o suficiente para não serem muito flagrantes ou obtusas, mantendo o jogo de adivinhação de quem fez isso vivo todas as semanas quando foi ao ar.
Depois de um ponto, fica claro que os assassinatos são sobre Abby, e que sua conexão com a ilha é uma parte seminal das motivações do assassino, adicionando ainda mais camadas de trauma à sua mente, com a ilha já submersa em tristeza e completamente isolada do resto do mundo. Mesmo quando assassinatos violentos não estão acontecendo, a dinâmica interpessoal entre os ilhéus é decididamente dramática: ligações secretas, casos complicados e segredos desagradáveis tornam mais fácil apontar dedos e transferir a culpa, criando a oportunidade perfeita para o assassino se mover, ileso. Bem, até que sejam desmascarados, é claro.
Apenas alguns poucos conseguem sobreviver em “Harper’s Island” — uma experiência que deve ser saboreada e apreciada — já que poucas antologias de terror concluíram com uma nota tão perfeitamente sombria e catártica.