No drama de Marc Forster de 2001, “Monster’s Ball”, Halle Berry interpreta Leticia Musgrove, uma mulher no limite. Seu marido foi condenado por assassinato e executado pelo estado da Geórgia no início do filme. Letícia está tentando recompor sua vida quando seu filho Tyrell (Coronji Calhoun) é atropelado e morre. Leticia só consegue encontrar conforto nos braços de um rude diretor da prisão chamado Hank (Billy Bob Thornton), cujo próprio filho (Heath Ledger) morreu recentemente por suicídio. O que Letícia não sabe, porém, é que Hank supervisionou a execução do marido. É tudo muito complicado, mas tratado com muito tato e extrema sensibilidade. “Monster’s Ball” é um ótimo filme.
Berry ganhou o Oscar de Melhor Atriz por interpretar Letícia na cerimônia do Oscar de 2002, derrotando Judi Dench, Nicole Kidman, Sissy Spacek e Renée Zellweger. Sua vitória foi bem merecida.
Ela foi apenas a sétima mulher negra indicada para Melhor Atriz no Oscar. Os indicados anteriores incluíram Dorothy Dandridge (por “Carmen Jones” em 1954), Diana Ross (por “Lady Sings the Blues” em 1972), Cicely Tyson (por “Sounder”, também em 1972), Diahann Carol (por “Claudine” em 1974), Whoopi Goldberg (por “The Color Purple” em 1985) e Angela Bassett (por “What’s Love Got to Fazer com isso?” em 1993). Berry também foi o primeiro a vencer na categoria. Foi um momento marcante para as mulheres negras em todos os lugares e um “finalmente!” momento para a Academia.
Outro recorde notável também foi quebrado naquele ano. Como Denzel Washington ganhou o prêmio de Melhor Ator por seu polêmico papel em “Dia de Treinamento” de Antoine Fuqua, o Oscar de 2002 marcou a primeira vez que atores negros ganharam os dois prêmios de melhor atuação na mesma noite.
Desde que Berry venceu, no entanto, nenhuma outra mulher negra ganhou na categoria Oscar de Melhor Atriz. Desde 2002, apenas mais seis mulheres negras foram nomeadas (uma delas duas vezes), mas nenhuma delas levou para casa uma estatueta. Berry ainda detém o recorde.
Nenhuma mulher negra ganhou o Oscar de Melhor Atriz desde 2002
Desde 2002, as seis mulheres negras a seguir foram consideradas para Melhor Atriz. Gabourey Sidibe foi indicada em 2009 por interpretar o papel titular em “Precious”, de Lee Daniels. Viola Davis foi indicada duas vezes, em 2011 por “The Help” e em 2020 por “Ma Rainey’s Black Bottom”. Em 2012, Quvenzhané Wallis, de oito anos, foi indicada para “Beasts of the Southern Wild” e detém o recorde de ser a pessoa mais jovem já indicada ao Oscar de Melhor Atriz. Ruth Negga foi indicada em 2016 por sua atuação em “Loving”, e Cynthia Erivo foi indicada em 2019 por interpretar Harriet Tubman em “Harriet”.
Mais recentemente, Andra Day foi indicada por interpretar Billie Holiday em “The United States vs. Billie Holiday”, de Daniels. Aliás, a indicação de Diana Ross em 1972 também foi por interpretar Billie Holiday.
A categoria de Melhor Atriz Coadjuvante da Academia teve mais indicações para mulheres negras, totalizando 29 desde 1939. Hattie McDaniel ganhou o famoso prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante por seu papel em “E o Vento Levou”, e muitos fãs da história de Hollywood sabem que ela só foi permitida no construir como um favor especial; o Ambassador Hotel, onde foi realizada a cerimônia do Oscar, era um local segregado. McDaniel não pôde se juntar a seus colegas brancos na festa porque ela também foi realizada em um local segregado.
Sete mulheres negras foram indicadas para Melhor Atriz Coadjuvante depois de McDaniel, mas nenhuma delas ganhou até Goldberg em 1990 por sua atuação no filme “Ghost”. Demorou “apenas” 50 anos.
Desde 2004, porém, 19 filmes apresentaram performances indicadas de mulheres negras, e oito dessas mulheres venceram. Mais recentemente, Da’Vine Joy Randolph ganhou um Oscar por interpretar Mary em “The Holdovers”, de 2023. Danielle Brooks foi indicada no mesmo ano por interpretar Sofia em “The Color Purple”. Aliás, Oprah Winfrey foi indicada para o mesmo papel na versão cinematográfica de 1985 de “The Color Purple”.