Daniel Day-Lewis como Conde Drácula? Em outro mundo, “Nosferatu”, do diretor Robert Eggers, poderia ter nos dado exatamente isso.
“Nosferatu” evoca imagens do ator de cinema mudo Max Shreck com um boné careca e orelhas pontudas enquanto interpretava o vampiro Conde Orlok. Mas no novo “Nosferatu” de Eggers, o ator de Orlok, Bill Skarsgård, não se parece em nada com isso – nem mesmo com ele mesmo.
Semelhante à atuação de Skarsgård como Pennywise em “IT”, ele se submete totalmente ao personagem, desaparecendo atrás da maquiagem e (em “Nosferatu”) de um efeito de eco em sua voz. Concordo plenamente com Chris Evangelista, do /Film, que quando você assiste Orlok de Skarsgård, você não sente como se estivesse vendo uma performance, mas um verdadeiro mal caminhando na tela. Dessa forma, é a atuação de vilão mais habitada de que me lembro desde o Coringa de Heath Ledger em “O Cavaleiro das Trevas”.
Agora, tudo isso pode soar como um elogio indireto, tratando Skarsgård como um mero substituto enquanto a maquiagem e o design de som fazem o trabalho. Mas acho que é um sinal de humildade e contenção hábil, visto que a maioria dos atores vai querer seus ter rosto na tela enquanto Skarsgård enterra o dele. Os movimentos, linguagem corporal e entonações de Orlok também são de Skarsgård; a maquiagem só é convincente porque ele a usa com muita facilidade.
Originalmente, Skarsgård foi escalado como o heróico protagonista masculino do filme, Thomas Hutter, que acabou sendo interpretado por Nicholas Hoult. Acho que deu certo; ambos são homens extremamente bonitos, mas Hoult tem uma inocência mais infantil (mesmo que esteja prestes a interpretar Lex Luthor em “Superman” de James Gunn). Skarsgård, com suas feições marcantes e olhos grandes, é mais sinistro.
Se Skarsgard tive interpretou Hutter, porém, quem teria sido Orlok? Alegadamente, a lista de desejos de Eggers incluía Day-Lewis, Mads Mikkelsen e Willem Dafoe (que em vez disso interpretou o renomeado Van Helsing, Professor Albin Eberhart Von Franz).
