O médico do pronto-socorro de Fredericton, Dr. Yogi Sehgal, está perguntando se é hora de o governo provincial declarar estado de emergência para o que ele chama de sistema médico em “modo de crise”.
Ele disse que Fredericton, NB, está décadas atrasada em relação ao que deveria ser, com uma população envelhecida e poucos médicos para uma demanda crescente por assistência médica.
Código Laranja
Em 24 de agosto, Sehgal conta que foi chamado para trabalhar após seu turno para ajudar com um Código Laranja – o número de pacientes recebidos excedeu a capacidade normal do departamento.
Ele disse que havia nove pacientes de trauma no ER, além dos pacientes esperados. Com a escassez de espaço, ele teve que avaliar alguns pacientes no que eram “essencialmente corredores”.
Ele acrescentou que pacientes com doenças menos graves não eram atendidos por horas, o que pode ser perigoso para pessoas com condições como apendicite, em que atrasar o tratamento pode piorar a situação.
“Aquele que fica bem por um tempo, mas acaba se metendo em problemas”, disse ele.
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Ele quer saber se um estado de emergência pode reduzir temporariamente a pressão sobre o sistema como uma solução paliativa enquanto o sistema médico é reformulado.
“Seria benéfico para nós estar em estado de emergência e, se for, por que um político não faria isso?”, ele perguntou em uma entrevista ao Global News.
Estado de emergência provincial
De acordo com o site do Governo de New Brunswick, as províncias precisam mostrar que esgotaram seus recursos ou estão sem recursos antes de poderem obter ajuda federal. Ele também diz que um estado de emergência “não tem nada a ver” com financiamento ou assistência federal.
Em uma declaração, o ministro provincial da saúde, Bruce Fitch, não disse se a província consideraria um estado de emergência, mas disse que um atendimento de saúde pública confiável é uma prioridade para o departamento.
Ele listou uma série de medidas que o departamento tomou, incluindo esforços de recrutamento e implementação de programas como o NB Health Link.
Assistência médica em crise
Sehgal não é o único a falar sobre os desafios enfrentados pelo sistema médico.
A Dra. Paula Keating, da Sociedade Médica de New Brunswick, também diz que o sistema de saúde da província está em crise.
“Às vezes, as pessoas se sentem desesperadas para buscar cuidados médicos. Os provedores de saúde, os trabalhadores da linha de frente, estão se sentindo sobrecarregados, estressados”, ela disse.
Ela sugere que, com mais estabilização e apoio, a situação pode melhorar.
“Vejo esperança no horizonte”, disse ela.
O Dr. Sehgal não é tão otimista e aponta tragédias recentes como evidência de um sistema falido.
Em 2022, Darrell Mesheau, de 78 anos, foi encontrado morto após ficar na sala de espera do pronto-socorro do Hospital Regional Dr. Everette Chalmers por quase sete horas.
Sehgal prevê que isso acontecerá novamente.
“Estou surpreso que esse seja o único que apareceu na mídia, porque houve muitos quase-acidentes ou chamadas próximas, e não é de surpreender. Não há como acompanharmos absolutamente tudo”, disse ele.
Quanto a soluções de longo prazo, ele quer mais casas de repouso, cuidados para idosos e apoio a pessoas em situação de pobreza para reduzir a pressão sobre os pronto-socorros.
“Isso é algo que precisa mudar hoje. Não é algo que pode esperar cinco anos para mudar”, disse Sehgal.
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