Manifestantes britânicos antirracistas encheram as ruas de cidades por todo o país e a polícia fez uma grande demonstração de força, sufocando em grande parte uma onda ameaçadora de manifestações de extrema direita.
Carregando cartazes dizendo “Refugiados são bem-vindos” e gritando “Ruas de quem? Nossas ruas”, as pessoas compareceram em massa na quarta-feira para proteger o centro de serviços de asilo e os escritórios de advogados de imigração que foram listados como alvos potenciais para ataques de extrema direita.
O governo também declarou um incidente crítico nacional, colocando 6.000 policiais especialmente treinados de prontidão para responder a qualquer desordem. A polícia disse que os protestos e contraprotestos foram em grande parte pacíficos, embora um pequeno número de prisões tenha sido feito.
“A demonstração de força da polícia e, francamente, a demonstração de unidade das comunidades derrotaram os desafios que enfrentamos”, disse o comissário Mark Rowley, chefe do Serviço de Polícia Metropolitana de Londres, na quinta-feira.
“A noite passada ocorreu de forma muito pacífica, e os temores de desordem de extrema direita diminuíram.”
Enquanto as autoridades saudaram a calma relativa, a polícia e autoridades governamentais permanecem em alerta após informações falsas sobre um ataque com faca que matou três meninas na cidade litorânea inglesa de Southport, que atiçou dias de violência. Mais de 400 pessoas foram presas em todo o país após multidões anti-imigrantes entrarem em confronto com a polícia, atacarem mesquitas e invadirem dois hotéis que abrigam requerentes de asilo.
Milhares de pessoas foram às ruas em todo o Reino Unido para protestar contra o racismo após dias de violentos protestos anti-imigração.
A polícia estava preparada para mais distúrbios depois que ativistas de extrema direita circularam uma lista de mais de 100 alvos que poderiam ser alvos na quarta-feira, incluindo escritórios de advogados de imigração e outros que oferecem serviços a migrantes. Mas isso não se materializou.
O governo prometeu rastrear e processar os responsáveis pela desordem, incluindo pessoas que incitam a violência online. Sentenças severas dadas aos manifestantes na quarta-feira foram amplamente divulgadas como um aviso a qualquer um que esteja pensando em se juntar às manifestações.
Entre os primeiros a serem condenados estava Derek Drummond, 58, que foi sentenciado a três anos de prisão após admitir desordem violenta e dar um soco no rosto de um policial em Southport em 30 de julho. Alguns réus foram reduzidos às lágrimas ao ouvir que seriam mantidos na prisão até suas próximas audiências.
O governo também está considerando impor sanções além da prisão, incluindo proibir manifestantes de partidas de futebol. A ministra do Ministério do Interior, Diana Johnson, disse à LBC Radio que deve haver consequências para os implicados na desordem.
“Acho que todas as opções estão sendo analisadas, para ser honesta, e estou bem clara de que a maioria dos clubes de futebol não quer ser vista tendo hooligans do futebol e pessoas realizando atos criminosos nas ruas das comunidades locais em suas arquibancadas em um sábado”, disse ela. “Então acho que esse é um debate muito vivo que está acontecendo no momento.”
Imran Ahmed, CEO do Centro de Combate ao Ódio Digital, sediado nos EUA, analisa o que está acontecendo online para alimentar os protestos em andamento no Reino Unido — e como esse comportamento online e a desinformação podem gerar confusão e ter impactos terríveis no mundo real.
