Um novo relatório da Desjardins alerta que os esforços de Ottawa para dar início à oferta de novas moradias provavelmente não serão suficientes para atingir metas “otimistas” devido a obstáculos regulatórios e restrições de mão de obra, materiais e financiamento.
O relatório, divulgado na terça-feira pelos economistas Marc Desormeaux, Kari Norman e Randall Bartlett, destacou a atual escassez de mão de obra no setor de construção como a “principal restrição” que impede o início de novas construções de moradias.
O governo federal apresentou seu Plano Habitacional do Canadá no início deste ano, prometendo desbloquear 3,87 milhões de novas moradias até 2031 por meio de medidas como novos incentivos fiscais e esforços para construir mais moradias em terras públicas.
O relatório observou que 1,87 milhão dessas casas deveriam ser construídas até 2031.
Ele disse que o plano federal de habitação pode se traduzir em quase 70.000 novas construções de moradias em 2028, além das cerca de 235.000 projetadas para serem construídas na ausência dessas medidas.
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Mesmo com o aumento, esses números ainda “estão bem aquém do ritmo necessário” para atingir as metas estimadas da Canada Mortgage and Housing Corp. para restaurar a acessibilidade até 2030. A CMHC disse que o país precisaria aumentar a construção de casas em 3,5 milhões de unidades, elevando o número total de novas casas construídas nesse período para 5,8 milhões.
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“No final das contas, construir 5,8 milhões de novas casas nos próximos oito anos seria um plano ambicioso, mesmo que todas as estrelas se alinhassem”, escreveram os autores, acrescentando que levou três décadas para construir as últimas 5,8 milhões de casas no Canadá.
“Com restrições significativas de mão de obra, materiais, financiamento e regulamentação, as estrelas não estão alinhadas no Canadá atualmente.”
A Associação Canadense de Construtores de Moradias estima que o Canadá precisa de mais de um milhão de trabalhadores adicionais na construção residencial para atingir a meta da CMHC.
“Em meio a um crescimento populacional mais lento e um sistema de imigração que não está focado em atrair trabalhadores qualificados, uma parcela ainda maior de recursos domésticos precisará ser dedicada ao investimento residencial para atingir as metas federais de habitação”, disse.
As altas taxas de juros e a inflação também aumentaram o custo de financiamento de projetos de construção, assim como regulamentações como aquelas que exigem que os construtores usem materiais de construção mais caros e resistentes ao clima devido a condições climáticas extremas.
“Dito isso, só porque é altamente improvável que o Canadá atinja essa meta elevada não significa que ele deva jogar a toalha”, escreveram os autores.
“Mesmo que não consiga atingir a ‘acessibilidade’ definida pela CMHC até o final da década, a crise de oferta de moradias ainda pode ser amenizada por meio da construção do maior número possível de casas.”
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