Orbán culpa a imigração pelo aumento do anti-semitismo e da homofobia no discurso da UE


O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, dirigiu-se recentemente ao Parlamento Europeu, onde atribuiu de forma controversa o aumento da homofobia, da violência contra as mulheres e do anti-semitismo à chegada de imigrantes à União Europeia.

“O sistema de asilo da UE não funciona. A imigração leva a mais violência contra as mulheres, homofobia e anti-semitismo”, afirmou Orbán, citado pelo Levante.

Orbán sublinhou que sem um novo modelo de tratamento dos pedidos de asilo provenientes de países terceiros, “ninguém pode proteger os europeus da imigração ilegal”, segundo Faro de Vigo. Ele apelou a um apoio mais forte aos países com fronteiras externas da UE, instando a União a “protegê-los” e a processar todos os pedidos de asilo em centros fora da UE. Ele rejeitou outras soluções propostas como meras “ilusões”.

Seu discurso provocou uma reação acalorada dentro da câmara. Um grupo de eurodeputados do bloco de esquerda respondeu cantando o hino antifascista “Bella Ciao”, famoso por ser usado pelos guerrilheiros italianos durante a Segunda Guerra Mundial. A cantoria continuou até a intervenção da Presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola. “Isto não é Eurovisão nem La Casa de Papel”, observou Metsola, apelando aos membros que “respeitem a dignidade desta câmara”, conforme noticiado pelo El Universal.

O protesto espontâneo sublinhou profundas divisões no Parlamento Europeu sobre a posição de Orbán sobre a imigração e questões sociais relacionadas. Antes da chegada de Orbán, líderes de grupos socialistas, liberais, verdes e de esquerda organizaram um protesto à entrada da câmara, segurando cartazes LGTBIQ+ em protesto contra o alegado uso indevido de fundos europeus pelo governo húngaro, conforme coberto pelo El Periódico.

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, discursa no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, França, em 9 de outubro de 2024. (crédito: REUTERS/YVES HERMAN)

O governo de Orbán tem enfrentado críticas significativas por aprovar leis que restringem os direitos dos indivíduos homossexuais e transexuais na Hungria, segundo o Levante. As suas observações ligando a imigração à homofobia, à violência contra as mulheres e ao anti-semitismo foram recebidas com vaias por parte dos membros progressistas da Câmara, embora os aplausos dos seus aliados tenham abafado em grande parte as vozes dissidentes.

Orbán defende políticas de imigração mais rigorosas

No seu discurso, Orban concentrou-se extensivamente nas políticas de imigração e asilo, defendendo uma abordagem mais rigorosa e externalizada. Reiterou a necessidade de centros externos de processamento de asilo, afirmando que sem eles “ninguém pode proteger os europeus da imigração ilegal”, como informou Faro de Vigo. Orbán também apresentou as prioridades da Hungria durante a sua presidência do Conselho da União Europeia, que decorre de julho a dezembro, enfatizando a imigração e a proteção das fronteiras, conforme refere o El Periódico.

O incidente envolvendo “Bella Ciao” ​​destacou a crescente frustração entre alguns membros do Parlamento Europeu, que vêem as políticas de Orban como uma ameaça aos valores democráticos. A intervenção de Metsola teve como objectivo restaurar a ordem, mas também sublinhou o desafio de equilibrar a liberdade de expressão com o decoro parlamentar.

O discurso de Orbán e as reacções dramáticas que provocou ilustram as divergências em curso na União Europeia sobre a imigração, os direitos humanos e os valores fundamentais do bloco. À medida que os debates prosseguem, o Parlamento Europeu continua a ser um campo de batalha para visões concorrentes do futuro da Europa.







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