As exportações da Turquia para os territórios palestinos aumentaram seis vezes nos primeiros nove meses do ano, para 571,2 milhões de dólares, mostraram dados divulgados na terça-feira, cinco meses depois de o país ter interrompido o comércio com Israel em protesto contra a guerra em Gaza.
O aumento de 526% nas exportações ocorreu em grande parte após a entrada em vigor da proibição. Nos primeiros quatro meses do ano, as exportações turcas para os territórios palestinos aumentaram 35%, para 49,4 milhões de dólares, segundo dados da Assembleia de Exportadores Turcos (TIM).
O legislador da oposição turca, Mustafa Yeneroglu, apresentou na segunda-feira perguntas ao parlamento sobre o forte aumento nas exportações para áreas palestinas e o contínuo tráfego de navios da Turquia para Israel, apesar da proibição comercial.
Relatos de que o comércio com Israel continua através de empresas palestinas
Yeneroglu pediu ao Ministro do Comércio, Omer Bolat, que respondesse às notícias da mídia local de que o comércio com Israel continuava discretamente através de empresas palestinas, com documentos de embarque descrevendo mercadorias como indo para territórios palestinos quando na verdade estavam indo para Israel.
Questionado pela Reuters sobre comentários, o Ministério do Comércio apontou declarações anteriores sobre o assunto. Em 18 de setembro, negou que o comércio com Israel continuasse, reiterando que terminou em 2 de maio.
Afirmou que as autoridades palestinas declararam diversas vezes que os produtos turcos eram utilizados exclusivamente em áreas palestinas.
Estes territórios abrangem a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e Jerusalém Oriental.
O Ministério do Comércio impôs restrições à exportação de 54 categorias de produtos para Israel em Abril, antes de suspender completamente as exportações e importações no início de Maio.
Na altura, a Turquia disse que não iria retomar o comércio com Israel, no valor de 7 mil milhões de dólares por ano, até que um cessar-fogo permanente e ajuda humanitária fossem garantidos em Gaza, tornando-se o primeiro dos principais parceiros comerciais de Israel a tomar tal medida.
Israel lançou uma guerra devastadora contra o Hamas em Gaza há um ano, após o ataque mortal transfronteiriço do grupo islâmico palestino.