“Esses veículos são mais acessíveis em termos de custo inicial e manutenção, além de oferecerem uma economia significativa de combustível”, ressalta a pesquisa da Senatran
Ao todo, o Brasil possui 34,2 milhões de donos de motocicletas, motonetas e ciclomotores. Destes, 17,5 milhões não são habilitados a pilotá-las. Isso quer dizer que 53,8% simplesmente não poderiam estar rodando com suas motos. Esses números surpreendentes mostram a complexa realidade do universo das motocicletas no Brasil.
De todos os que têm a categoria A registrada na carteira, a grande maioria (61%) não tem uma motocicleta para chamar de “sua”. Em resumo: a maioria dos motociclistas não possuem CNH. E a maior parte dos habilitados não são donos de uma moto. A Senatran obteve os dados através do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam).
De acordo com o estudo da Secretaria, os mais de 34 milhões de motos representam 28% de toda a frota nacional de veículos, que inclui ainda veículos leves e pesados. Essa proporção é alarmante e levanta questões sobre segurança e regulamentação do trânsito.
“Quando se avalia o emplacamento anual desses veículos, estima-se que, em menos de quatro anos, os novos emplacamentos de motocicletas e seus semelhantes superarão a metade do total de emplacamentos feitos por ano,” afirma a pesquisa. Isso indica uma tendência de crescimento contínuo no uso desses veículos.
Quais fatores contribuem para o aumento das vendas de motos?
O g1 obteve acesso aos dados de emplacamentos de motos novas dos últimos cinco anos e a previsão do número de vendas de motos, argumento do estudo da Senatran, aponta para um crescimento ainda mais exponencial. Vamos analisar os números mais recentes:
- 2019: 530.034 unidades
- 2020: 350.141 unidades
- 2021: 517.154 unidades
- 2022: 636.565 unidades
- 2023: 780.070 unidades
- 2024: 933.158 unidades
Nos primeiros seis meses de 2019, foram emplacadas 530 mil motocicletas. Meia década depois, considerando o mesmo intervalo, foram emplacadas 933 mil unidades, um salto de 76%. Esses dados mostram um mercado vibrante e em pleno crescimento.
Impacto da pandemia
Houve uma diminuição de vendas durante a pandemia, período no qual as fábricas tiveram que reduzir ou paralisar totalmente a produção. Mas o setor retornou dando ainda mais relevância para os veículos sob duas rodas. Esse cenário incentivou a demanda por motocicletas.
Além disso, a preferência dos motociclistas por esses veículos por fatores econômicos também teve um papel crucial. “Esses veículos são mais acessíveis em termos de custo inicial e manutenção, além de oferecerem uma economia significativa de combustível”ressalta a pesquisa da Senatran.