Associação Zero propõe medidas para geladeiras velhas não irem para sucatas


A associação ambientalista Zero sugeriu nesta segunda-feira ao Governo o lançamento de uma campanha nacional de rastreio, através de GPS, da recolha de frigoríficos usados, evitando que estes vão para sucata e os gases refrigerantes sejam libertados na atmosfera.

A taxa de coleta de geladeiras e ar condicionados é muito baixa, só 20,5% em 2022, segundo os últimos dados disponíveis.

Via de regra, explica Zero, as transportadoras que recolhem geladeiras velhas as vendem para sucateiros ilegais e não as entregam a operadores licenciados, que fariam a separação e armazenamento dos fluidos refrigerantes dos equipamentos.

A associação refere que tal tem implicações ambientais, porque os gases de refrigeração, quando libertados para a atmosfera, são muito prejudiciais para o climaporque têm um potencial de aumento global de temperatura muito maior que o do dióxido de carbono.

As empresas ilegais não fazem a separação e querem essencialmente o cobre do motor.

Diante da situação, que a Zero e outras associações lembram com regularidade, e aproveitando a comemoração nesta segunda-feira do Dia Internacional dos Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos, a associação apresentou duas propostas ao Governo que podem “fazer Portugal dar um passo muito grande no sentido de melhorar a gestão” dos resíduos em questão e reduzir as emissões de gases com efeito de estufadiz no comunicado Rui Berkemeier, da Zero.

Uma das propostas é o sistema de controle de coleta de geladeiras por GPS, que foi feito apenas em 2021 e que teve envolvimento de órgãos de fiscalização e das operadoras de fluxo.

Diz a Zero que até hoje os dados nunca foram divulgados pela Agência Portuguesa do Ambiente, explicando que a proposta é que se retome essa campanha, mas de forma contínua.

A segunda medida é a criação de um incentivo econômico aos consumidores para entrega dos refrigeradores usados.

Os consumidores terão de informar o vendedor de que têm um frigorífico velho para entregar e só recebem o incentivo depois da recepção do aparelho nas instalações do vendedor.

“Dessa forma, as transportadoras não poderiam mais desviar os frigoríficos velhos para os destinos ilegais, uma vez que, diante do registro prévio feito pelo consumidor, todo o processo passaria a ser registrado, de modo que qualquer desvio seria fácil de identificar”, explica a Zero.



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