Beleza interior
Uma sociedade pela qual devemos lutar é aquela que consiga juntar a cultura da beleza interior vigente nos povos orientais e a cultura de liberdade vigente nos povos ocidentais.
Combater a formatação por um lado e, por outro, o supérfluo, o vazio, o que é exterior, o que não interessa.
Pela beleza da música de Dario Marianelli Suas mãos estão friasda banda sonora do filme Orgulho e Preconceito de Joe Wright.
Pela beleza do livro de Valter Hugo Mãe Contra Mim e do livro Misericórdia de Lídia Jorge.
Pela beleza de todos aqueles que tentam ter uma relação poética com o mundo, apesar de todos os obstáculos e entraves.
Pela beleza em renascer todos os dias na salvação do outro e o brilho desse olhar envolve a beleza desse viver.
Nota: este texto é dedicado a Ester de Figueiredo.
Miguel Xavier Sequeira, Lagos
Qual o futuro da Ucrânia e da União Europeia?
Compreende-se que Zelensky continue a não esmorecer insistindo em pedir dinheiro e armamento aos europeus e aos norte-americanos para se defender da Federação Russa imperialista, que, tendo um ex-KGB como Presidente, decidiu, à revelia da Carta das Nações Unidas, invadir um Estado soberano, livre e independente.
Os europeus e os americanos continuam a apoiar Zelensky para este se livrar das garras russas, mas não estará a Ucrânia a caminhar para um beco sem saída, arrastando a Europa e os Estados Unidos? Até quando vai durar este conflito? Será um prelúdio para uma terceira guerra mundial? O facto de Zelensky pedir mísseis de longo alcance para atingir pontos nevrálgicos da Rússia levanta questões de alta perigosidade.
Como Putin se está sentindo acossado, já propôs – isto, segundo li no PÚBLICO (27 de Setembro) – “uma alteração à doutrina nuclear russa que aumente os critérios para permitir uma resposta nuclear a um ataque aéreo maciço de um Estado não nuclear apoiado por uma força nuclear ou um ataque conjunto por ambos”. O escalar da guerra certamente vai continuar. A União Europeia e os Estados Unidos enfrentam um terrível dilema. Se a Ucrânia não ousar ir mais além na resposta à Federação Russa, quase será certo que a Rússia irá conseguir um dos seus objectivos (tem mais na manga): conquistar terreno à Ucrânia, por um lado, ou, tentar chegar a Kiev.
Este último cenário será um desastre para Zelensky, para o povo ucraniano e até para a União Europeia, união económica e política que Putin não descansa enquanto não dividir e desagregar para tirar daí proventos geoestratégicos, políticos, económicos e militares.
António Cândido Miguéis
Sporting solidário
Maria Elvira, de 82 anos, foi recebida no Estádio José de Alvalade com pompa e circunstância. E bem mereceu sentir o rugido do coração do leão. Ficou sem a sua casa nos incêndios que lavraram em Albergaria-a-Velha. Mas mesmo com o fogo a rondar, Maria Elvira retirou da casa os adereços do clube do seu coração: o Sporting Clube de Portugal. A notícia rapidamente se espalhou nas redes sociais, chegando ao conhecimento de responsáveis leoninos. Assim, Maria Elvira sentiu o fogo de Alvalade ovacionando-a de pé. Recebida por Frederico Varandas, Rúben Amorim e jogadores, ficou provado o poder da solidariedade no futebol através da abertura de uma conta solidária para Maria Elvira.
Ademar Costa, Póvoa de Varzim
Não a um Presidente da República militar
Como é evidente, o país não necessita de um Presidente da República militar. Não precisa mesmo. O último Presidente do Estado Novo era militar por ser um regime adverso à democracia. O primeiro Presidente eleito livremente em democracia foi necessariamente um militar, até por estarmos a mudar de um tempo em que os militares tinham de voltar aos quartéis e deixar os civis tratar do que é de civis.
Desde aí não houve nenhuma necessidade de haver um militar como chefe de Estado. Não era e continua a não ser necessário. Militares em tarefas militares e civis em ocupações civis. Sendo que, evidentemente, num regime democrático, que até ver ainda não se perdeu totalmente, os militares fazem o que lhes compete mas com um patamar civil por cima.
Não é necessário voltar um militar para Belém, não é mesmo.
Augusto Kuttner, Porto