
Em setembro, a subscrição de Certificados de Poupança (CA) voltou a não compensar as saídas, boa parte delas por chegada ao vencimento de séries anteriores. O saldo foi negativo em 34,95 milhões de euros (quase 35 milhões de euros), em relação a agosto passado, para 33.887 milhões de euros em setembro passado, segundo os dados divulgados nesta terça-feira pelo Banco de Portugal (BdP).
Mas setembro foi o último mês em que houve a limitação de novas assinaturas a 50 mil euros por poupador, valor que acumulava para a série E e F (esta última a que aceita novas assinaturas), sendo esperado que em outubro, já com esse valor ampliado para R$ 100 mil, pode ocorrer uma reversão da evolução recente.
A duplicação do capital a investir e um conjunto de outras alterações importantes foram aprovados pelo Governo em Setembro. Entrou em vigor a 7 de Outubro.
Na proposta de Orçamento do Estado para 2025, o governo conta que o saldo dos CA cresça 3,7 bilhões de euros no próximo ano. Para atingir esse objetivo, ele espera que as novas subscrições de CA fiquem perto de seis bilhões nesse período (5,9 bilhões), já que os resgates esperados por chegada à maturidade superarão os 2,2 bilhões de euros.
A redução do saldo dos CAs, principal instrumento de poupança do Estado destinado ao varejo, ocorre há 11 meses consecutivos, em função do forte corte em sua remuneração (de no máximo 3,5% para 2,5%, sujeito à evolução da Euribor a três meses), decidida em junho de 2023, pelo então ministro das Finanças Fernando Medina, mas também à redução do valor a ser aplicado, reduzido para 50 mil euros. Com a recente mudança, o acumulado com a série F passa a ser R$ 350 mil por poupador, acima dos R$ 250 mil estabelecidos pelo governo anterior.
Além CA, os Certificados do Tesouro também continuam sofrendo redução, o que acontece desde o final de 2021, também porque o Estado reduziu sua atratividade. O saldo desse produto “encolheu” 69,2 milhões de euros, para 10.100 milhões de euros, com as novas subscrições não compensando os resgates por chegada ao vencimento.
A recente queda dos juros dos depósitos, acompanhando a queda das taxas nos créditos, pode tornar os produtos do Estado mais atraentes, e, no caso dos Certificados de Aforro, a queda da Euribor a três meses abaixo de 2,5% também terá um reflexo negativo. Nesta quinta-feira, a Euribor a três meses ficou em 3,093%.