Dominic Thiem despede-se definitivamente do US Open


Quatro anos depois de conquistar o seu único título do Grand Slam sem público nas bancadas devido às restrições causadas pela pandemia de covid-19, Dominic Thiem regressou ao Arthur Ashe Stadium para a despedida. A derrota na primeira ronda do US Open colocou ponto final à participação do tenista austríaco em torneios do Grand Slam, mas foi com um sorriso que disse adeus ao público norte-americano.

“Foi há já 10 anos que joguei aqui pela primeira vez. Este é um momento mesmo importante para mim. Tive o meu maior sucesso neste court, em 2020, em condições estranhas e diferentes. Foi um momento fantástico, mas também muito triste. Estou super-contente por ter jogado o meu último encontro no US Open neste court. Agora posso passar mais tempo com vocês e compensar o que perdemos há quatro anos”, afirmou Thiem no court, antes de receber como recordação um quadro com várias fotos da sua passagem pelo Open.

O austríaco de 30 anos tinha anunciado em Maio que iria retirar-se do circuito profissional no final do ano, depois de três anos marcados por uma persistente lesão no pulso direito, sofrida em 2021, que nunca o deixou voltar ao topo da forma. Até se retirar, provavelmente no torneio de Viena, Thiem espera atingir as 350 vitórias em mais de 560 encontros — faltam apenas duas.

Na final do US Open de 2020, o austríaco venceu o alemão Alexander Zverev, por 2-6, 4-6, 6-4, 6-3 e 7-6 (8/6), tornando-se o primeiro campeão do US Open a ceder os dois sets iniciais desde 1949. Foi o mais importante e último dos 17 títulos de Thiem que, até então, era considerado o segundo melhor tenista do mundo em terra batida, depois de ter disputado a final de Roland Garros em 2018 e 2019, derrotado em ambas por Rafael Nadal. Em 2020, tinha sido finalista no Open da Austrália.

Thiem é um dos últimos campeões a bater a esquerda a uma mão – pancada ameaçada de extinção, mas que tem ainda futuro assegurado por mais alguns anos, através de Stefanos Tsitsipas e Lorenzo Musetti. Mas no confronto de gerações com Ben Shelton, não teve argumentos para evitar a derrota, por 6-4, 6-2 e 6-2.

Em contraponto com Thiem, Shelton está a iniciar uma carreira que se adivinha brilhante desde que despontou na equipa da Universidade da Florida. No ano passado, o tenista de 21 anos avançou até às meias-finais do US Open e regressa este ano no seu melhor ranking de sempre, 13.º – em Abril chegou a ser o melhor tenista dos EUA na tabela ATP. A maturidade de Shelton confirmou-se na altura dos festejos: em vez do habitual “desligar do telefone”, com que costuma celebrar, dirigiu os aplausos ao adversário, apontando para Thiem.

“Parabéns pela carreira no Grand Slam, quatro finais e um título, algo com que todas as crianças sonham, como eu há alguns anos. Não podia ter acontecido a melhor pessoa”, disse o mais jovem americano a somar seis vitórias nos primeiros oito encontros realizados no US Open desde Andy Roddick, em 2002.

O êxito de Shelton foi pouco depois secundado por dois compatriotas. Taylor Fritz (12.º) eliminou Camilo Ugo Carabelli (93.º), por 7-5, 6-1, 6-2, e Coco Gauff tornou-se na mais jovem jogadora a vencer oito encontros consecutivos no US Open desde Maria Sharapova entre 2006 e 2007 e a somar 15 vitórias desde Caroline Wozniacki em 2010. A campeã de 2023 precisou somente de 66 minutos para ultrapassar a francesa Varvara Gracheva (66.ª): 6-2, 6-0.

Em frente seguiram igualmente Alexander Zverev (4.º) – que cedeu um set ao também alemão Maximilian Marterer (100.º): 6-2, 6-7 (5/7), 6-3 e 6-2 –, Casper Ruud (8.º) e a recente campeã olímpica Qinwen Zheng (7.ª). A tenista chinesa deixou os pais levarem para casa a medalha de ouro para se focar no torneio, que iniciou vencendo Amanda Anisimova (50.ª), por 4-6, 6-4 e 6-2.



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