‘Eu sou um escolhido, quem é você?’: CAN aborda igreja sobre testemunho viral e inicia investigação


Um vídeo viral mostrando uma mulher, supostamente membro do Ministério de Reavivamento Carismático Escolhido pelo Senhor em Lagos, gerou polêmica depois que ela afirmou ter recebido intervenção divina durante um exame do Governo Federal.

A mulher contou que um “velho” apareceu na sala de exames e lhe deu respostas, que ela então compartilhou com um colega candidato.

Em seu depoimento, o membro não identificado da igreja disse que o exame era uma das avaliações promocionais para os militares, envolvendo 50 questões — 40 relacionadas a conhecimento de carreira e 10 a atualidades.

Uma das perguntas sobre atualidades supostamente pedia aos candidatos que listassem dez países francófonos e suas capitais.

Ninguém sabia a resposta para esta pergunta”, ela explicou. “Então, levantei meu papel e declarei: ‘Eu sou uma Escolhida! Esta pergunta, quem é você? Onde está o Deus do poder do meu pastor?’ De repente, um velho homem de branco apareceu ao meu lado e disse: ‘Minha filha, comece a escrever.’ E eu comecei a escrever.”

A mulher alegou que os fiscais, sentindo algo incomum, retiraram seu avental, causando o “anjo“para desaparecer, mas quando o devolveram, o velho reapareceu e continuou ditando respostas.

Ela ainda contou que uma colega candidata, que parecia ser membro do Ministério Montanha de Fogo, pela sua vestimenta, copiou suas respostas antes de ambas entregarem seus trabalhos.

Seu depoimento foi recebido com aplausos pela congregação da igreja, mas o vídeo atraiu muitas críticas, principalmente de líderes religiosos.

Reagindo, o bispo Stephen Adegbite, presidente do capítulo de Lagos da Associação Cristã da Nigéria (CAN), expressou consternação pelo fato de o testemunho ter sido permitido na igreja, descrevendo-o como uma invenção.

Ele enfatizou que a assistência divina não vem na forma de respostas milagrosas em exames, mas por meio de trabalho duro e fé.

Deus não funciona assim”, disse Adegbite ao The PUNCH. “Não há atalhos para o sucesso na vida, exceto por meio da diligência e da confiança em Deus. Esse tipo de testemunho não deve ser entretido em nenhuma igreja.”

Ele ainda criticou os líderes da igreja por não analisarem os testemunhos antes de serem compartilhados publicamente, alertando que histórias como essa prejudicam a credibilidade das instituições religiosas.

“Você deve examinar o testemunho antes de permitir que ele seja compartilhado com a congregação. Se o testemunho é adequado apenas para macacos, ele deve ser contado a macacos, não a seres humanos”, comentou sem rodeios o presidente da CAN.

Este incidente não é a primeira vez que testemunhos do The Lord’s Chosen Ministry agitam o debate público. Vídeos virais anteriores apresentaram membros alegando encontros milagrosos, incluindo um homem que disse que um leão o salvou de sequestradores e outro que alegou que balas não conseguiram penetrar seu crânio.

Adegbite rejeitou essas alegações como falsas, desafiando qualquer um a replicar tais milagres sob condições controladas.

Se alguém insiste nessas histórias, que venham à igreja, fiquem diante de nós, e testaremos suas alegações com balas de verdade. São mentiras descaradas”, afirmou.

Em resposta à reação, o pastor Chidi Louis, chefe de relações públicas e mídia do Ministério The Lord’s Chosen, sugeriu que os vídeos foram manipulados para desacreditar a igreja.

Ele sustentou que a igreja não censura os testemunhos de seus membros, pois acredita em dar a eles a liberdade de falar sua verdade, mesmo que tenha ocorrido em um sonho.

Não orientamos as pessoas sobre o que dizer. Se elas têm um testemunho, damos a elas a plataforma para compartilhá-lo como desejarem”, explicou Louis, acrescentando que a igreja continua imperturbável com as críticas online.

Apesar da indignação crescente, a controvérsia levou a filial da CAN de Lagos a anunciar uma reunião onde o assunto e outros depoimentos preocupantes serão abordados.

O bispo Adegbite afirmou que a associação planeja tomar uma posição firme contra o que ele descreveu como “a loucura que está acontecendo entre os pastores pentecostais.”



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