Osiel Cárdenas Guillén, ex-líder de um cartel de drogas descrito como tendo “gerado uma nova era de crime organizado” no México, foi libertado da prisão nos EUA e pode estar voltando para a fronteira, segundo relatos.
Cárdenas Guillén, ex-líder do cartel do Golfo que criou os Zetas — uma gangue de ex-soldados das forças especiais mexicanas que se tornaram seu exército particular e esquadrão de ataque — foi transferido para a custódia do Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA na sexta-feira em uma prisão federal em Terre Haute, Indiana, disseram autoridades à Reuters.
Em 2010, Cárdenas Guillén foi condenado a 25 anos de prisão por acusações que incluíam ameaçar agredir e assassinar agentes federais e foi ordenado a perder US$ 50 milhões de sua empresa criminosa. Não está claro por que ele não cumpriu sua sentença integral. No entanto, a mudança para a custódia do ICE sugere que ele será deportado para o México, onde uma autoridade diz que ele enfrenta dois mandados de prisão, de acordo com a The Associated Press.
Leo Silva, ex-agente da Agência Antidrogas dos EUA que trabalhou no México para combater os Zetas, disse à Reuters que os Cárdenas Guillén “geraram uma nova era de crime organizado” e “desencadearam essa mentalidade de criar medo no país”.
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A agência de notícias cita Silva culpando diretamente Cárdenas Guillén pelo aumento da violência relacionada aos cartéis no México nos últimos 20 anos.
Os Zetas que ele criou cometiam atos de terror que frequentemente envolviam o massacre de dezenas de pessoas, sua decapitação ou o despejo de montes de corpos mutilados nas estradas, relata a Associated Press.
O apelido de Cárdenas Guillén era “El Mata Amigos” ou “Aquele que mata seus amigos”, e o homem de 57 anos já movimentou toneladas de cocaína e ganhou milhões de dólares por meio do cartel do Golfo, sediado nas cidades fronteiriças de Reynosa e Matamoros.
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Ele foi finalmente capturado em 2003 e extraditado para os EUA quatro anos depois. Em 2010, os Zetas formaram seu próprio cartel, espalhando ataques de estilo terrorista pelo México até o sul de Tabasco até que seus principais líderes foram mortos ou presos em 2012-2013.
A AP relata que um dos atos mais descarados de Cárdenas Guillén foi quando ele cercou e parou um veículo que transportava dois agentes da DEA dos EUA e um de seus informantes em 1999 na cidade fronteiriça de Matamoros, em frente a Brownsville, Texas.
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Seus homens armados apontaram suas armas para os agentes e exigiram que entregassem o informante, que quase certamente seria torturado e morto. Os agentes resistiram e se recusaram, lembrando-o de que seria uma má decisão matar funcionários da DEA. Cárdenas Guillén finalmente chamou seus homens armados, mas não antes de supostamente dizer “Vocês, gringos, este é meu território.”
A Associated Press contribuiu para esta reportagem.