Extrema direita alemã caminha para 1ª vitória desde nazismo


AfD deve se confirmar como partido mais votado na Turíngia

Pesquisas de boca de urna apontam uma vitória inédita do partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD) nas eleições no estado da Turíngia e uma votação expressiva na Saxônia, no leste do país, região que viveu sob um regime comunista entre 1949 e 1990.

De acordo com levantamento divulgado pela emissora ZDF, o AfD aparece com 33,5% dos votos na Turíngia, quase 10 pontos a mais que em 2019, enquanto a União Democrata-Cristã (CDU), de centro-direita, está em segundo lugar, com 24,5%, crescimento de quase três pontos em relação ao último pleito.

A legenda estreante Aliança Sahra Wagenknecht (BSW), de esquerda, surge em terceiro, com 14,5%. Essa é a primeira vez desde sua fundação, em 2013, que o AfD termina na frente em uma eleição estadual no país e a primeira vitória da extrema direita desde o fim do regime nazista, há 79 anos.

Já os partidos da coalizão do chanceler de centro-esquerda Olaf Scholz sofreram uma dura derrota: enquanto o Partido Social-Democrata (SPD) obteve 6,5%, queda de 1,7 ponto em relação a 2019, os Verdes estão com 4% (-1,2 ponto), e o Partido Democrático Liberal (FDP) tem 1% (-4 pontos).

Com isso, os dois últimos não devem superar a cláusula de barreira de 5% no estado, o que prenuncia um cenário delicado para a aliança governista nas eleições federais de 2025.

Na Saxônia, a CDU ainda manteve-se como legenda mais popular, com 31,5%, segundo a boca de urna, mas o AfD aparece em seu encalço com 30%.

“Tivemos um resultado muito bom na Saxônia, mas na Turíngia é histórico. Está claro que o povo quer uma mudança na política”, afirmou o líder do AfD, Tino Chrupalla.

Já o comandante do partido na Turíngia, Bjorn Hocke, disse que está pronto para “assumir a responsabilidade de governo” no estado, hipótese improvável devido ao cordão sanitário montado por outros grupos políticos para não se aliar ao Alternativa para Alemanha, evitando que a legenda tenha maioria no parlamento local.

Hocke já foi condenado em dois processos por uso de slogans nazistas em comícios. .



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