Ao princípio, parece que estamos apenas a ver um vídeo. Uma fábrica na China onde se produz algodão, muitas horas por dia e em troca de um salário que não acompanha essa carga laboral, quase decerto. Somos convidados, durante uns momentos, a perscrutar esse ambiente precário: o chão cheio de lixo, as máquinas num movimento repetido e constante, os trabalhadores iguais às máquinas — braço para a frente e para trás, para a frente e para trás, para a frente e para trás; muito Charlie Chaplin em Tempos Modernos (1936). A partir de uma certa altura, apercebemo-nos de que não somos os únicos espectadores: o vídeo também está a olhar para nós.
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