Líderes do Die Linke não se recandidatam à liderança de um partido alemão em “crise existencial”


Os dois co-líderes do partido alemão Die Linke (A Esquerda) anunciaram este domingo que não se vão recandidatar à liderança no congresso do partido marcado para Outubro, em Halle, a maior cidade de Saxónia-Anhalt, no Leste do país, onde o partido sempre teve a sua maior implementação, por serem em parte herdeiros do Partido Socialista Unificado da Alemanha, antiga Alemanha Democrática.

“Não foi sempre fácil ser a presidente de A Esquerda, mas sempre foi uma honra. Não voltarei a apresentar-me como candidata no próximo congresso que terá lugar em Halle”, escreveu Janine Wissler na rede social X, numa mensagem que acompanha um comunicado oficial do partido no antigo Twitter. Na mesma rede escolhida por Martin Schirdewan para anunciar o mesmo, garantindo, no entanto, que continuará a trabalhar pela “renovação” do partido.

Eleitos em 2022, Janine Wissler e Martin Schirdewan optaram por deixar de comandar os destinos de uma formação política em “crise existencial”, reconhecendo que não conseguiram a necessária revitalização do partido depois do fraco resultado de 2021 (4,9%) que quase os deixou de fora do Bundestag (não conseguiram 5% dos votos, limiar mínimo para ter representação parlamentar, o que valeu foi ter vencido três circunscrições eleitorais). Além de que o partido continua dividido entre a linha oficial e a facção liderada por Sahra Wagenknech, que, por exemplo, se opõe às sanções contra a Rússia, enquanto a maioria apoia a Ucrânia.


Ao invés de melhorarem, os problemas internos do partido agudizaram-se ao ponto de no no anúncio do congresso, a direcção reconheceu que o Die Linke “está sem sombra de dúvidas em crise existencial”. E isso reflectiu-se no resultado das últimas eleições europeias, em que obtiveram apenas 2,7% dos votos.





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