![Marcelo contraria referendo do Chega à imigração: números desmentem “narrativas” Marcelo contraria referendo do Chega à imigração: números desmentem “narrativas”](https://i0.wp.com/imagens.publico.pt/imagens.aspx/1934292?tp=UH&db=IMAGENS&type=JPG&share=1&o=BarraFacebook_Publico.png&w=1024&resize=1024,0&ssl=1)
O Presidente da República avisa que é preciso ver “a diferença entre a realidade e os discursos e narrativas” sobre a imigração. Numa resposta por escrito às perguntas dos alunos da Universidade de Verão do PSD, que decorre até domingo em Castelo de Vide, Marcelo Rebelo de Sousa pede que se olhe para “os números” quando o assunto é a proposta de referendo à imigração. Sem falar do Chega, que recentemente anunciou essa intenção, o Presidente da República admite que é “fundamental” que quando se fala de imigração se saiba “do que estamos a falar”. E prossegue para argumentar com os números da imigração.
O Chega já fez saber que irá reagir às declarações de Marcelo Rebelo de Sousa esta tarde, pelas 15h30.
Fazendo contas ao milhão de imigrantes entre os “quase onze milhões” de residentes em Portugal, o Presidente da República assinala que das várias comunidades, a maioria religiosa é a “cristã, de vários credos e Igrejas”. “Que peso têm muçulmanos, incluindo ismaelitas? Provavelmente menos de dez por cento. Africanos uns, asiáticos muito menos. Europeus e latino-americanos residuais”, prossegue Marcelo Rebelo de Sousa, questionado enquanto chefe de Estado e constitucionalista.
Ademais, argumenta, muita desta imigração é formada por “nacionais de pátrias irmãs de língua portuguesa” e “por comunidades antigas e sólidas”, como a britânica ou e indiana.
“Ter presentes estes números é ter presente a diferença entre a realidade e discursos ou narrativas sobre ela”, conclui o Presidente da República.
O que pretende o Chega
Na apresentação da sua proposta, que dará entrada no Parlamento em Setembro, André Ventura defendeu que os portugueses devem ser chamados às urnas “no início do próximo ano” para responder se concordam ou não com uma “política de limitação e de quotas na imigração”, acrescentando que a iniciativa é “incontornável” para a viabilização do Orçamento do Estado de 2025.
O Chega defende que o referendo deve incluir duas questões: a primeira perguntando aos eleitores se querem controlar a entrada de imigrantes anualmente, a segunda questionando se os votantes seriam favoráveis, ou não, à entrada de imigrantes previamente enquadrados num programa de quotas.
Além da pergunta sobre o referendo à imigração, Marcelo Rebelo de Sousa foi também questionado sobre a importância dos serviços de informação em época de guerras e instabilidades e sobre desinformação e literacia mediática.
Sobra a primeira, o Presidente da República argumenta que o caminho para o fim da guerra “muito depende das eleições norte-americanas”, uma vez que existem “diversas visões em confronto sobre Ucrânia, Europa de Leste, relações EUA-UE”. E avisa que a Europa e Portugal terão de ter uma “ideia clara” para a política externa, defesa e segurança.