LOS ANGELES-
Um dos dois médicos acusados em conexão com a morte de Matthew Perry compareceu pela primeira vez a um tribunal federal em Los Angeles na sexta-feira, após chegar a um acordo para se declarar culpado e cooperar com os promotores.
O Dr. Mark Chavez, 54, de San Diego, compareceu ao tribunal com seu advogado e disse a um juiz que entendia seus direitos. O Juiz Magistrado dos EUA Jean P. Rosenbluth disse a ele que ele poderia permanecer livre sob fiança com várias restrições, incluindo entregar seu passaporte e não trabalhar como médico. Ele concordou em entregar sua licença médica.
Chavez assinou um acordo com promotores no início deste mês para se declarar culpado de conspirar para distribuir o anestésico cirúrgico cetamina. Ele não entrou com sua declaração de culpa ou falou sobre o caso, o que ele fará com outro juiz em uma data a ser determinada.
“Ele está incrivelmente arrependido, não só porque aconteceu com Matthew Perry, mas porque aconteceu com um paciente”, disse o advogado de Chavez, Matthew Binninger, do lado de fora do tribunal com o médico de pé ao seu lado. “Ele está tentando fazer tudo o que pode para consertar o erro que aconteceu aqui. Ele não assumiu a responsabilidade hoje, mas apenas porque não estava no calendário.”
Binninger acrescentou: “Ele está fazendo tudo o que pode para cooperar e ajudar nessa situação”.
Questionado sobre o que ele e Chavez diriam à família de Perry, Binninger disse: “Temo não poder responder a essa pergunta a não ser dizendo que lamentamos muito que alguém tenha perdido a vida. Não importa que ele fosse uma celebridade famosa, e eu sei que ele era incrivelmente amado universalmente por todos. É uma pena o que aconteceu.”
Chávez seria a terceira pessoa a se declarar culpada após a overdose fatal da estrela de “Friends” no ano passado.
Chavez também concordou em cooperar com os promotores enquanto eles perseguem outros, incluindo o médico com quem Chavez trabalhou para vender cetamina para Perry. Também trabalhando com o Gabinete do Procurador dos EUA estão o assistente de Perry, que admitiu ajudá-lo a obter e injetar cetamina, e um conhecido de Perry, que admitiu atuar como mensageiro e intermediário de drogas.
Os três estão ajudando os promotores enquanto eles vão atrás de seus principais alvos: Dr. Salvador Plasencia, acusado de vender cetamina ilegalmente para Perry no mês anterior à sua morte, e Jasveen Sangha, uma mulher que as autoridades dizem ser uma traficante que vendeu ao ator a dose letal de cetamina. Ambos se declararam inocentes e estão aguardando julgamento. Eles devem comparecer ao tribunal para uma conferência de status na quarta-feira.
Chávez admitiu em seu acordo de confissão de culpa que obteve cetamina em sua antiga clínica e em um distribuidor atacadista, onde apresentou uma receita fraudulenta.
Após se declarar culpado, ele poderá pegar até 10 anos de prisão quando for sentenciado.
Perry foi encontrado morto por seu assistente em 28 de outubro. O legista determinou que a cetamina foi a causa primária da morte. O ator estava usando a droga por meio de seu médico regular em um tratamento legal, mas off-label, para depressão que se tornou cada vez mais comum.
Buscando mais cetamina do que seu médico lhe daria, cerca de um mês antes de sua morte, Perry encontrou Plasencia, que por sua vez pediu a Chavez que obtivesse a droga para ele.
“Eu me pergunto quanto esse idiota vai pagar”, Plasencia mandou uma mensagem de texto para Chavez. Os dois se encontraram no mesmo dia em Costa Mesa, no meio do caminho entre Los Angeles e San Diego, e trocaram pelo menos quatro frascos de cetamina.
Depois de vender as drogas para Perry por US$ 4.500, Plasencia perguntou a Chávez se ele poderia continuar fornecendo-as para que pudessem se tornar o “recurso” de Perry.
Perry lutou contra o vício por anos, desde sua época em “Friends”, quando se tornou uma das maiores estrelas de sua geração como Chandler Bing. Ele estrelou ao lado de Jennifer Aniston, Courteney Cox, Lisa Kudrow, Matt LeBlanc e David Schwimmer por 10 temporadas de 1994 a 2004 no seriado de sucesso da NBC.
