As Forças de Defesa de Israel anunciaram esta quarta-feira a morte de nove palestinianos durante “uma operação de luta contra o terrorismo” no norte da Cisjordânia ocupada. A operação foi lançada pelo exército israelita durante a madrugada em Jenin e Tulkarem.
O Ministério da Saúde da Autoridade Palestiniana já tinha mencionado que dois homens de 25 e 39 anos tinham sido mortos pelas “forças de ocupação” em Jenin. Além disso, o Crescente Vermelho Palestiniano recuperou os corpos de três pessoas que estavam num veículo que foi bombardeado por um zangão na cidade de Sir, localizada entre Jenin e Tubas.
Outros quatro homens morreram quando foram bombardeados por um zangão israelita no campo de refugiados de Al Fara, a sul de Tubas, avançou a agência de notícias palestiniana WAFA. Fontes indicaram à mesma agência que os serviços de emergência estão a ter dificuldades em chegar às vítimas, porque o campo de refugiados foi cercado pelas forças israelitas. Tanques israelitas cercaram também os hospitais Al Isra e Thabet, em Tulkarem, tendo mesmo revistado um veículo médico.
O movimento Jihad Islâmica acusou Israel de “lançar uma agressão total contra o norte da Cisjordânia ocupada, numa guerra aberta e não declarada” e alegou que o objectivo final de Telavive é anexar a região. “A ocupação comete os seus crimes à luz da escandalosa inacção árabe, internacional e popular. A operação decorre enquanto a ocupação continua a cometer massacres genocidas em Gaza, ignorando os pedidos internacionais”, disse o movimento, num comunicado citado pelo jornal Palestina.
Recorde-se que o grupo islamita palestiniano Hamas lançou a 7 de Outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, que causou a morte de mais de 1140 pessoas, a maioria civis, de acordo com uma contagem da agência de notícias France-Presse, baseada em números oficiais israelitas.
Cerca de 240 pessoas foram raptadas e levadas para Gaza, segundo as autoridades israelitas. Destas, perto de cem foram libertadas no final de Novembro, durante uma trégua em troca de prisioneiros palestinianos, e 105 reféns continuam detidos no território palestiniano, 34 dos quais terão morrido.
Em resposta ao ataque, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infra-estruturas do grupo e impondo um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e electricidade. Essa campanha militar israelita fez 40.405 mortos e 93.468 feridos na Faixa de Gaza, de acordo com os números avançados no domingo pelo Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas. Também já fez mais de 630 mortos entre os palestinianos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.