Para Raphinha, a mudança não é um lugar estranho


Na lista das cinco maiores goleadas da história da Liga espanhola encontramos duas vezes o nome do Barcelona — surpreendentemente, em nenhuma delas como vencedor. Perdeu 12-1 com o Athletic Bilbau, em 1931, e 11-1 com o Sevilha, em 1940. Eram outros tempos. De então para cá, os catalães foram crescendo até se tornarem numa das potências do futebol mundial. É verdade que têm vivido uma crise profunda (financeira, logo, desportiva) nos últimos anos, mas parecem dispostos a ditar leis em 2024-25. Neste sábado, despacharam o Valladolid, por 7-0, com um nome em destaque: Raphinha.

A 4.ª jornada da Liga espanhola serviu de tapete para os “blaugrana” passearem o seu potencial. No Estádio Olímpico, inauguraram o marcador aos 20’ e depois foram por ali fora, contando com golos de Robert Lewandowski, Jules Koundé, Dani Olmo e Ferrán Torres. Os outros três foram assinados por Raphinha, extremo brasileiro que chegou à Catalunha em 2022 e, desde então, tem sido uma escolha regular dos treinadores.


Aos 27 anos, este internacional brasileiro que começou a carreira no Porto Alegre e passou por Audax, Imbituba e Avaí antes de viajar para a Europa, foi crescendo e amadurecendo do ponto de vista da mentalidade competitiva. Chegou do Brasil directamente para Guimarães, primeiro para representar o Vitória SC B, mas rapidamente assumiu protagonismo na equipa principal. Em duas épocas fez 22 golos em 85 jogos, com um punhado de assistências pelo meio, e não tardou a mudar-se para o Sporting, por 6,5 milhões.

Um passo maior que a perna? Nem por isso. Valorizou-se imediatamente em Alvalade, de tal forma que 11 meses depois estava a transferir-se para o Rennes, por 21 milhões. Uma nova Liga na Europa, tão cedo? Desafio aceite e superado em França, com sete golos e quatro assistências em 30 jogos e… novo bilhete de avião na mão no final da época, desta vez com Inglaterra como destino.


Lá, no frio britânico, fez o que tinha feito antes. Adaptou-se no Leeds United e prosperou, sendo pedra nuclear da equipa ao longo de duas temporadas (67 jogos, 17 jogos, 12 assistências) e garantindo ao clube um negócio chorudo. A contratação tinha sido assegurada por 18,6 milhões, a venda ao Barcelona, em 2022, ficou fechada por 58 milhões de euros, o valor mais alto de sempre encaixado pelo Leeds.

Nova vida em Espanha, mas com o mesmo rendimento. Aliás, a estabilidade nas suas prestações é já imagem de marca (10 golos e 12 assistências na primeira época, 10/11 na segunda) e, em 2024-25, parece pronto para bater recordes. Tem três golos e duas assistências em quatro jogos, uma ajuda preciosa para a liderança isolada (e só com triunfos) do Barcelona no campeonato.





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