Home News Parlamento vai rejeitar em peso o referendo do Chega à imigração

Parlamento vai rejeitar em peso o referendo do Chega à imigração

3
0
Parlamento vai rejeitar em peso o referendo do Chega à imigração


Num primeiro momento, todos os outros partidos do plenário iam deixar o Chega falando sozinho sobre sua proposta de referendo sobre a imposição de cotas para imigração, mas depois o deputado do CDS João Almeida “furou” o embargo e resolveu falar. A partir daí, o partido de André Ventura foi alvo das críticas gerais.

Apesar de Portugal já ter tido uma política de cotas justamente por pressão do CDS, Almeida admitiu que “nunca foi eficiente”, preferindo defender o “rigor na entrada e na saída” de estrangeiros que o atual Governo está impondo.

A social-democrata Paula Cardoso disse que o partido “não adere a referendos populistas”, defendeu que o país “precisa de imigrantes” e que um sistema de cotas é uma violação dos direitos humanos (e estes “não se referendam”), que não se pode tirar o direito ao trabalho e de cada um escolher “onde, como e com quem quer trabalhar”, nem se pode tratar um trabalhador como “mercadoria”.

A bloquista Mariana Mortágua lamentou o que considerou a incoerência do PSD por também falar de “imigração descontrolada” para justificar o fim da manifestação de interesse, numa teoria parecida com o Chega, partido que “desfila com neonazis cadastrados”.

Paulo Muacho, do Livre, disse que o Chega copia as “mentiras trumpistas” e a socialista Isabel Moreira usou aa expressão para falar sobre a ideia das “portas abertas” e a teimosia do Chega em “normalizar o ódio”, e agradeceu aos imigrantes por terem escolhido Portugal para morar.

A liberal Mariana Leitão procurou “desconstruir os vários mitos” e populismos do Chega sobre a imigração, desde a segurança até sua contribuição para a função social do Estado, apontando que o referendo viraria “pessoas contra pessoas”. O PAN falou em “dúvidas constitucionais” e o comunista António Filipe lembrou que o referendo era a moeda de troca de Ventura pela aprovação do Orçamento e que “já perdeu a validade”.”Essa proposta é lixo e é como lixo que deve ser tratada “, finalizou.

Ventura não gostou e retribuiu aos comunistas chamando-os de “lixo da história” do Parlamento, o que levou Aguiar-Branco a adverti-lo sobre o “tratamento urbano”, ressaltando que António Filipe se referia à proposta e não à bancada.

Já no início da noite, na Comissão de Assuntos Constitucionais, o Chega pediu o adiamento da votação na especialidade da proposta de lei do governo que cria a Unidade Nacional de Estrangeiros e Fronteiras, de seu próprio projeto de lei que aperta as regras ao regime de pedido de asilo (como a expulsão do país no prazo de seis dias aos cidadãos a quem o pedido seja recusado) e do diploma da IL que estabelece um regime transitório que permite que quem tenha 12 meses de desconto para a Segurança Social ainda possa pedir a autorização de residência. O partido não justificou o adiamento (não precisa fazer isso), mas ainda há dois dias havia concordado com a discussão e votação nesta data. Também foi adiada a votação do visto humanitário proposto pela IL.



Source link