A Dangote Refinery Plc iniciou a produção de gasolina, marcando um marco significativo para a maior refinaria da África após atrasos devido à recente escassez de petróleo bruto.
A refinaria, construída pelo homem mais rico da África, o bilionário Aliko Dangote, começou a operar em janeiro, produzindo inicialmente nafta e combustível de aviação.
A Nigerian National Petroleum Corporation (NNPC), que tem lutado para atender à demanda local de combustível, será a única compradora da gasolina processada pela Refinaria de Dangote.
A NNPC revelou no domingo que está sob grave pressão financeira, devendo US$ 6 bilhões a comerciantes de petróleo por suprimentos desde janeiro.
O peso da dívida impactou sua capacidade de manter um fornecimento estável de combustível no mercado local, resultando em filas persistentes de combustível desde julho e um aumento acentuado de 45% nos preços do combustível em relação à taxa oficial de N617 (US$ 0,3942), após a remoção do subsídio em 29 de maio de 2023 pelo presidente Bola Tinubu.
A Refinaria Dangote, de US$ 20 bilhões, localizada nos arredores de Lagos, tem capacidade para 650.000 barris por dia e está pronta para reduzir significativamente a dependência da Nigéria de produtos petrolíferos importados.
A diretora para a África Subsaariana da consultoria de risco político Horizon Engage, Clementine Wallop, observou que a produção de petróleo da refinaria não poderia ter ocorrido em um momento mais crítico.
“A notícia de que a Dangote está processando gasolina não poderia chegar em um momento mais crucial, dada a declaração da NNPC sobre suas dificuldades em garantir o fornecimento importado devido a dificuldades financeiras”, afirmou ela.
“Isso levanta a questão de como a NNPC gerenciará as compras da Dangote e ressalta a necessidade de maior transparência em suas finanças”, disse Wallop.
Espera-se que a produção de gasolina da Refinaria de Dangote alivie alguns dos desafios de fornecimento enfrentados pela NNPC.