“Sou mãe, sei a dor desse pai”, afirma dona de restaurante onde brasileira sumiu


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A proprietária do restaurante em que a brasileira Natalie, de 38 anos, desapareceu na tarde de sábado (21/07) não contém a emoção. “Sou mãe, entendo a dor desse pai”, disse ela ao PÚBLICO Brasil. A empresária descreveu, com detalhes, os momentos em que a brasileira esteve no estabelecimento dela. “Ela e o pai, um militar reformado no Brasil, pareciam estar muito felizes. Era aniversário dele, que se apresentou como coronel”, acrescentou.

Segundo a dona do restaurante, que pediu o anonimato, Natalie, que mora com o pai em Coimbra, estava vestindo blusa preta, calça azul-claro, larguinha, e calçando tênis branco. “Ela chegou por volta das 16h com uma bolsa e uma mochila pequena. Colocou tudo sobre a mesa e o celular, que estava sem bateria, como descobri depois”, descreveu. “Primeiro, pediram para se sentarem em uma mesa em que pudessem ficar olhando para a televisão que temos no restaurante. Logo fizeram os pedidos”, contou. Natalie pediu um robalo escalado com batatas cozidas e o pai, uma dourada com batatas e saladas.

Natalie, ressalta a dona do restaurante, comeu apenas metade do peixe, que é especialidade da casa. “Ela também pediu um suco de laranja, mas sequer tocou nele”, frisou. Meia hora depois, a brasileira avisou ao pai que iria ao banheiro. “Ela não levou nada, pois tudo, a bolsa, a mochila, o celular, continuavam numa cadeira. Como o restaurante estava movimentado, não a vi entrando no banheiro, muito menos saindo”, afirmou. “Não temos como ficar atentos a detalhes como esse quando a casa está cheia”, assinalou.

A empresária contou que o pai de Natalie — ele e a filha são do Rio de Janeiro — só relatou o sumiço dela depois de uma hora. “Ele nos perguntou onde a filha estava. Dissemos que não sabíamos. Um de nossos funcionários até perguntou se ela havia saído para fumar e ele respondeu que ela não fumava”, disse. “Fomos para fora do restaurante, rodamos tudo por perto e não a encontramos. Aconselhamos, então, ao senhor que chamasse a polícia, e assim foi feito”, emendou.

Busca frustrada

Quando os agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) chegaram, o pai da brasileira fez um longo relato. “Perguntaram tudo para ele, que mostrou as fotos que haviam tirado no Cristo Rei antes de irem ao restaurante. Ele disse, ainda, que ela estava usando quase a mesma roupa da véspera, só havia trocado a blusa”, afirmou a dona do restaurante. “O senhor estava realmente abalado. Foi com os policiais fazer uma nova busca por toda Cacilhas, pela beira do rio, por tudo. Indagaram pessoas, mas não conseguiram obter nenhuma informação”, frisou.

Já caía a noite quando o pai de Natalie pegou um carro por aplicativo e se dirigiu à delegacia de Almada para registrar uma queixa formal do desaparecimento da filha. Antes, ele deu o número do telefone dele para a dona do restaurante para que, caso a brasileira ali retornasse, ela o avisasse. “Liguei para ele às 11h da noite para saber se a filha tinha aparecido, mas ele não atendeu”, contou. “Ele só me retornou às 7h da manhã deste domingo (22/09). Quando meu telefone tocou, achei que ele me daria uma boa notícia, mas confirmou que a filha continuava sumida. Foi muito triste ouvir aquilo”, complementou.

A dona do restaurante onde Natalie desapareceu torce para que tudo se resolva bem. “Fiquei muito tocada em ver o sofrimento daquele pai. Esperamos que a filha dele seja encontrada com vida, em bom estado, e que possam ficar juntos novamente”, disse. “Aqui no restaurante estamos todos esperando por boas notícias. Já dissemos tudo o que sabíamos para a polícia”, ressaltou. A PSP está nas ruas à procura de Natalie, que é enfermeira e trabalha em um hospital privado em Coimbra. Mas só deverá dar detalhes sobre o caso na manhã de segunda-feira (23/09).



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