Sporting faz do Arouca a rampa de lançamento para a Champions


Tem sido uma questão de se perceber quando e não se o Sporting vai chegar ao golo. A superioridade territorial, estratégica e técnica dos “leões” está a marcar a Liga 2024-25 e o Arouca limitou-se a vestir a pele de um agente passivo no arranque da 5.ª jornada. A quinta vitória do campeão desenhou-se com um 0-3, fruto de um monólogo de futebol sem interlocutor a nível doméstico.

O Arouca recebeu o líder do campeonato com uma defesa a cinco, baixando Loum (um médio robusto fisicamente) para terceiro central e usando um duplo pivot no meio-campo (David Simão e Fukui) para travar as incursões de Pedro Gonçalves, Bragança e Trincão pelo corredor central. O objectivo era resistir à iniciativa do Sporting e responder com saídas rápidas, ora graças aos passes longos de Simão, ora pelas acelerações em posse de Ivo Rodrigues e Jason. Logo aos 25 segundos, o plano colocou o avançado espanhol na cara de Franco Israel, com remate por cima da trave.




A qualidade na circulação de bola do Sporting e a capacidade de criar situações de superioridade nos corredores rapidamente mostraram que aquele lance seria uma excepção. Com Matheus Reis como central pela esquerda (Debast também foi titular e Inácio alinhou como central do meio) e a largura entregue a Nuno Santos, os “leões” forçaram quase sempre o espaço entre Tiago Esgaio e Chico Lamba.

Aos 3’, Gyökeres ameaçou com remate à meia-volta; aos 17’, Quenda acertou num adversário, já na área; aos 20’, Gyökeres levou quatro adversários com o mesmo desfecho; até que, aos 24’, a bola entrou mesmo. O sueco arrastou marcação para a direita, Quenda rompeu no espaço, Trincão ganhou a bola na linha final e, com classe, traçou a única trajectória possível para a colocar na cabeça de Pedro Gonçalves, que se limitou a desviar.

Estava quebrada a resistência do Arouca, que continuava com problemas em cobrir o corredor direito (o Sporting atraía dentro para jogar fora), mas ia passar a ter um pouco mais de oxigénio disponível. Sobretudo porque os “leões” podiam activar agora o plano B, de dar mais iniciativa ao opositor para depois procurarem ataques rápidos.

O intervalo chegou com mais um par de lances de perigo, o último num livre que Gonçalo Inácio só não transformou em golo, de cabeça, porque o guarda-redes Nico Mantl, ex-Viborg, voltou a mostrar atenção e reflexos acima da média.

Nos balneários, o Arouca deixou ficar o avançado Ivo Rodrigues, lançando Sylla e Trezza, responsável por um remate cruzado que Franco Israel deteve, aos 49’. O guião não mudava, mas a equipa foi perdendo alguma timidez e, aos 65’, o Sporting lançou Nuno Santos na profundidade e Loum, ao tentar o corte, fez autogolo, que seria invalidado pelo VAR por fora-de-jogo de 18 cm. Minutos depois, nova intervenção do VAR, para chamar o árbitro João Pinheiro, que assinalou penálti por mão de Fukui após um pontapé de canto. Gyökeres, pois claro, aproveitou para fazer o oitavo golo na Liga.


O Arouca voltou a mexer para juntar Yalcin ao ataque, passando para um 3x5x2 na tentativa de reduzir os danos. E o Sporting fez o mesmo, mas já a pensar na estreia de terça-feira na Liga dos Campeões, aproveitando para promover a estreia do reforço uruguaio Maxi Araújo. Seria Trincão, porém, a fechar as contas, com um raide individual pelo corredor central, concluído com subtileza (80′).

Repetia-se o resultado da época passada e, a este ritmo, o Sporting estará sempre mais perto de, dentro de oito meses, repetir também o desfecho da temporada 2023-24.





Source link