O UFC 305 foi a atração deste sábado em Perth (Austrália). Dentre as mais variadas lutas, a principal delas foi a entre Dricus du Plessis e Israel Adesanya, esta válida pelo cinturão peso-médio da organização.
Foi uma luta bem disputada na qual os dois tiveram boas chances, mas as principais foram do sul-africano, que quase venceu por finalização ainda no primeiro round. Mas não tardaria para o campeão dos 84kg do Ultimate ter nova chance de resolver a luta e, no quarto round, novamente levou a luta para baixo, encaixou a finalização e, desta vez, sem problemas para vencer e seguir dono da divisão.
A luta
O duelo principal do UFC 305 começou estudado e com Du Plessis tentando os chutes baixos para minar o ataque de Adesanya. O nigeriano procurava controlar o centro do cage e não se engajava tanto ofensivamente, tendo sua primeira chance em um chute em direção ao corpo com jab, respondido pelo sul-africano com chute.
O uso dos chutes foi a marca do primeiro round. O campeão procurava a perna do ‘Last Stylebender’ para marcar e usar como estratégia para encaixar bons socos. Por sua vez, o desafiante seguia sem se expor mas já conseguia encaixar mais combinações, ainda que nada contundente nos primeiros minutos.
No segundo round, Du Plessis tenta derrubar Adesanya, não consegue, ,mas logo a luta vai para o chão e o nigeriano vê o sul-africano ir para as coisas e tentar catar a finalização, por pouco não acabando com a luta. Adesanya conseguiu escapar, mas novamente o campeão foi para a queda, com o desafiante segurando flagrantemente na grade, para escapar, sem que o árbitro Marc Goddard notasse. O campeão controlou o round e teve boas chances também ao acertar socos de esquerda em cima do rival.
O ‘Last Stylebender’ foi ao ataque no terceiro round e passou a soltar um pouco mais de seu jogo. Du Plessis mantinha sua estratégia e não se intimidava com a agressividade de seu desafiante. A trocação passou a ser um pouco mais franca com jabs do nigeriano e o sul-africano indo com combinações e quase vendo uma de esquerda derrubar Adesanya, com os minutos finais sendo bastante eletrizantes em termos de briga franca.
O quarto round começou com o nigeriano mantendo a pressão e Du Plessis ainda buscando a queda, sem grande sucesso. Logo, a trocação voltou a ser a parte principal do evento, com ambos não desperdiçando suas chances de ir para a briga franca, onde Adesanya era mais solto nas primeiras trocas de soco.
O campeão tratou de aumentar a pressão e colocar o nigeriano junto à grade, com este respondendo com uma boa direita. O sul-africano não desistia e seguia em cima, pressionado bem com a esquerda até uma combinação de esquerda e direita derrubou o ‘Last Stylebender’ enquanto este tentava se defender da pressão adversária. O desafiante se levantou, mas sentiu o golpe e viu Du Plessis ir com tudo e o mandar ao solo com um ‘hook’ de direita, para depois ir para as costas, encaixar a finalizar e ver Adesanya dar os tapinhas para vencer e manter consigo o cinturão dos médios.
A noite brasileira em Perth
Foram cinco os representantes no Brasil no UFC 305. Abrindo o card principal, Carlos Prates encarou o chinês Jingliang Li, no dia de seu aniversário de 31 anos, e mostrou porque é a grande aposta do país nos meio-médios. Já no primeiro round, o paulista foi para cima e usou a canhota pesada para bater forte e complicar a vida do adversário. A mesma toada se seu no segundo round, batendo melhor mais forte em Jingliang. Com o chinês na grade, continuou a castigar ‘The Leech’ até a luta ser interrompida, sendo a terceira vitória em três dentro do Ultimate.
Fechando o card preliminar do UFC 305, Valer Walker teve pela frente Junior Tafa e não titubeou ao colocar a luta para baixo, onde tem melhor desenvoltura. Ali, o irmão de Johnny Walker conseguiu dominar o australiano ao melhor estilo ‘Daguestão’ e não deu trégua ao rival. Nos segundos finais de primeiro round, o brasileiro foi para a chave de calcanhar e a pegou sem maiores problemas para conseguir voltar a vencer no Ultimate.
Ricardo Carcacinha teve que se esforçar em sua luta contra Josh Culibao, para buscar a reabilitação depois de perder suas duas últimas lutas. No primeiro round, chegou a passar sufoco com os chutes do australiano, mas quase finalizou no mata-leão. Depois, o paulista aguentou forte os chutes de Culibao, que já machucavam em demasia sua perna esquerda e conseguiu ir ao ataque no terceiro round e bater bem no rival. A atuação ‘na raça’ de Carcacinha lhe rendeu a vitória na decisão dividida.
Buscando defender a sua invencibilidade na organização, Luana Santos teve pela frente Casey O’Neil, com a brasileira sendo alvo da trocação da escocesa, melhor em pé. Luana tentou buscar o solo, mas pouco fez por baixo e deixou O’Neil ditar o ritmo da luta com suas sequências. A postura de Luana em pé era de tentar achar potência nos socos, mas sem obter sucesso. Assim, sofreu sua primeira derrota na entidade pela decisão dos juízes
Primeiro brasileiro a subir ao octógono do UFC 305, Herbert Burns enfrentou Jack Jenkins. O irmão de Gilbert Durinho sofreu desde o começo da luta, diante de um adversário que se mostrava melhor em pé. Herbert chegou a levar a luta para o chão, usando suas habilidades no jiu-jítsu, chegando a tentar pegar na chave de tornozelo no segundo round. Na parte final da luta, no entanto, Jenkins foi para a pressão e uma combinação foi essencial para garantir a vitória e o quarto tropeço seguido do brasileiro no Ultimate.
Resultados UFC 305 – Du Plessis x Adesanya
Principal do cartão
Dricus du Plessis vence Israel Adesanya por finalização (3:38 do R4) – Du Plessis segue campeão dos médios
Kai Kara-France venceu Steve Erceg por nocaute técnico (4:04 do R1)
Dan Hooker venceu Mateusz Gamrot por decisão dividida dos juízes
Jairzinho Rozenstruik venceu Tai Tuivasa por decisão dividida dos juízes
Carlos Prates venceu Jingliang Li por nocaute (4:02 do R2)
Cartão preliminar
Walter Walker venceu Junior Tafa por finalização (4:56 do R1)
Ricardo Carcacinha venceu Josh Culibao por decisão dividida dos juízes
Casey O’Neill venceu Luana Santos por decisão unânime dos juízes
Jack Jenkins venceu Herbert Burns por nocaute técnico (0:48 do R3)
Tom Nolan venceu Alex Reyes por decisão unânime dos juízes
Song Kenan venceu Ricky Glenn por decisão unânime dos juízes
Jesús Aguilar venceu Stewart Nicoll por finalização (2:39 do R1)