É uma visão “deprimente” e “por vezes agonizante” do mundo, através dos equipamentos de ar condicionado que contaminam as fachadas dos edifícios. Manuel Alvarez Diestro mostra-o nas suas fotografias, captadas um pouco por todo o mundo.
Buenos Aires, Benidorm, Cairo ou Hong Kong são algumas das cidades que figuram nesta série fotográfica que mostra, aponta o fotógrafo, o que o arquitecto Luis Lope de Toledo queria dizer quando escreveu no Twitter: “O que acontece quando as instalações são independentes do resto da arquitectura.”
Esta caixa branca rectangular, com uma grelha redonda, lembra-nos “um olho que espreita para um sítio em particular, num determinado momento”. Diestro devolveu o olhar, seja durante as férias com os pais em Espanha, seja nas suas viagens pela Ásia, nas revoluções que testemunhou quando viveu no Médio Oriente ou durante a pandemia na Coreia do Sul.
“Estes aparelhos invasivos, que crescem sem controlo e geram caos visual, estão ligados a nós através da parede”, escreve. Apesar de, nas suas fotos, “omitir a presença humana”, ela existe. Mesmo (ou especialmente) nos edifícios destruídos que também nos mostra nesta série.
O fotógrafo espanhol corre o mundo de máquina na mão: já nos mostrou a batalha entre as cidades e a natureza, as escadas de Santander, a arquitectura de Hong Kong ou os arranha-céus da China captados dentro de um comboio a 300 quilómetros por hora.