As delegações israelenses que participarão da grande feira de defesa Euronaval na França no próximo mês não terão permissão para montar um estande ou exibir equipamentos após uma decisão do governo francês, disseram os organizadores na quarta-feira, provocando indignação de Israel.
A decisão ocorre num momento em que as tensões aumentam entre Israel e França, na sequência dos comentários do presidente Emmanuel Macron criticando as vítimas civis nas campanhas israelitas contra o grupo militante xiita Hezbollah no Líbano e o grupo militante palestiniano Hamas na Faixa de Gaza.
O líder francês insistiu na semana passada que impedir a exportação de armas utilizadas por Israel em ambas as operações era a única forma de travar os dois conflitos.
“O governo francês informou a Euronaval da sua decisão de aprovar a participação das delegações israelitas na Euronaval 2024, sem qualquer stand ou exposição de equipamentos”, afirmaram os organizadores do salão que terá início no dia 4 de novembro em Paris.
Após a decisão, o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, criticou Macron, chamando a medida de “desgraça”.
“As ações de Macron são uma vergonha para a nação francesa e para os valores do mundo livre, que ele afirma defender. A decisão de discriminar as indústrias de defesa israelenses na França pela segunda vez – ajuda os inimigos de Israel durante a guerra”, disse Gallant em um post em X.
“Continuaremos defendendo a nossa nação contra os inimigos em 7 frentes diferentes e lutando pelo nosso futuro – com ou sem a França”, acrescentou Gallant.
A Euronaval, evento bienal que atrai expositores de defesa naval de todo o mundo, disse que sete empresas israelenses serão afetadas pela decisão.
“De acordo com a decisão do governo francês, as empresas e cidadãos israelenses que desejarem participar serão recebidos na feira nas condições listadas acima”, acrescentou.
No final de Maio, a presença de fabricantes de defesa israelitas na exposição Eurosatória de defesa e segurança terrestre foi proibida pelo governo, antes de ser finalmente autorizada pelos tribunais franceses.