Nível do rio na floresta amazônica atinge o nível mais baixo em 122 anos em meio a secas e incêndios florestais


O porto fluvial na maior cidade da floresta amazônica, Manaus, atingiu na sexta-feira seu nível mais baixo desde 1902, enquanto uma seca drena os cursos de água e dificulta o transporte de exportações de grãos e suprimentos essenciais que são a tábua de salvação da região.

Chuvas abaixo da média – mesmo durante a estação chuvosa – têm assolado a Amazônia e grande parte da América do Sul desde o ano passado, alimentando também os piores incêndios florestais em mais de uma década no Brasil e na Bolívia. Milhões de hectares de florestas e terras agrícolas também foram queimados na Argentina, na Colômbia, no Equador, no Paraguai e no Peru.

O mesmo calor e seca extremos que estão a provocar o aumento dos incêndios na Amazónia estão a afectar o vizinho Pantanal, a maior zona húmida do mundo. A Bolívia também está a caminho de quebrar o recorde de maior número de incêndios já registrados, de acordo com dados da agência brasileira de pesquisas espaciais.

A bacia Amazónica, normalmente um dos locais mais húmidos da Terra, está a registar os piores incêndios em quase duas décadas, segundo o Observatório Copernicus da União Europeia.

E na semana passada, imagens de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais mostraram 80% do Brasil afetado pela fumaça.

Os pesquisadores dizem que a mudança climática é a principal culpada pelos incêndios florestais e pela seca.

Os cientistas prevêem que a região amazônica poderá não recuperar totalmente os níveis de umidade até 2026.

Uma visão de drone mostra casas flutuantes encalhadas no Rio Negro quando o rio atingiu seu ponto mais baixo de sua história durante a seca mais generalizada que o Brasil experimentou desde o início dos registros em 1950, em Manaus, estado do Amazonas, Brasil, em 4 de outubro de 2024.

No ano passado, a seca tornou-se uma crise humanitária, pois as pessoas que dependiam dos rios ficaram sem comida, água ou medicamentos.

Este ano as autoridades já estão em alerta. No estado do Amazonas, duramente atingido, pelo menos 62 municípios estão em estado de emergência, com mais de meio milhão de pessoas afetadas, segundo a defesa civil do estado.

“Esta é agora a seca mais severa em mais de 120 anos de medição no Porto de Manaus”, disse Valmir Mendonça, chefe de operações do porto, que disse que o nível do rio provavelmente continuará caindo por mais uma ou duas semanas.

Com a região nunca a recuperar totalmente devido a chuvas sazonais mais fracas do que o habitual, muitos dos impactos da seca do ano passado parecem destinados a repetir-se ou a atingir novos extremos.

O Porto de Manaus mediu o Rio Negro em 12,66 metros na sexta-feira, segundo seu site, superando o mínimo histórico registrado no ano passado e ainda caindo rapidamente.

O Rio Negro é um importante afluente do Rio Amazonas, o maior rio do mundo em volume. O porto fica próximo ao “encontro das águas”, onde a água negra do Negro encontra o arenoso Solimões, que também atingiu uma mínima recorde esta semana.

Os embarques de grãos foram interrompidos no rio Madeira, outro afluente do Amazonas, devido aos baixos níveis das águas, informou uma associação portuária no mês passado.

Os pesquisadores estão novamente encontrando carcaças de golfinhos de água doce da Amazônia, que eles atribuem à diminuição da espessura das águas, levando as espécies ameaçadas a um contato mais próximo com os humanos.

A agência nacional de monitoramento de desastres Cemaden já classificou a seca como o pior evento desse tipo no Brasil desde pelo menos a década de 1950.

A seca também destruiu usinas hidrelétricas, a principal fonte de eletricidade do Brasil. As autoridades energéticas aprovaram o regresso do horário de verão para conservar a eletricidade, embora a medida ainda exija a aprovação presidencial.

O clima extremo e a seca estão afetando grande parte da América do Sul, com o rio Paraguai também em nível mais baixo de todos os tempos. Esse rio nasce no Brasil e atravessa o Paraguai e a Argentina até o Atlântico.



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Oliveira Gaspar
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