Quando chegar a primavera, muitos de nós estaremos fungando por causa de alergias sazonais. Cientistas identificaram recentemente algumas diferenças potencialmente fundamentais entre pessoas com alergia a coriza e aquelas sem alergia – e isso tem a ver com fungos nasais.
Uma equipe internacional de pesquisadores afirma que pessoas com fungadelas e asma induzidas por alergia têm comunidades de fungos no nariz diferentes das pessoas sem sintomas. Suas descobertas, detalhadas em um relatório de 17 de dezembro estudar publicado na revista Fronteiras em Microbiologiapoderia ter aplicações importantes para futuros tratamentos de alergia e asma.
“Mostrámos que as amostras de rinite alérgica apresentavam uma diversidade fúngica significativamente maior e uma estrutura de comunidade fúngica diferente em comparação com os controlos saudáveis”, disse Luís Delgado, da Universidade do Porto, que participou no estudo, num comunicado. Fronteiras em Microbiologia declaração. Rinite alérgica é o termo médico para sintomas de alergia, como nariz entupido ou coriza, espirros, coceira e membranas nasais inflamadas.
“Isso pode sugerir que a rinite alérgica aumenta a diversidade e altera a composição do microbioma das vias aéreas superiores”, acrescentou Delgado. A rinite alérgica está frequentemente associada à asma, que também envolve inflamação e obstrução das vias respiratórias. Os pesquisadores sugerem que a rinite alérgica e a asma podem ser dois aspectos da mesma condição subjacente.
A equipa, incluindo investigadores da Universidade George Washington, recolheu amostras nasais de 215 pacientes de uma clínica de imunologia e asma no Porto, Portugal, além de 125 indivíduos saudáveis. Dos pacientes do ambulatório, 155 apresentavam rinite alérgica e asma, 47 apresentavam apenas rinite alérgica e 12 apresentavam apenas asma.
Eles então sequenciaram o DNA dos fungos dos esfregaços nasais e “detectaram fungos comuns que foram reconhecidos em humanos como fungos patogênicos alergênicos ou oportunistas”, disse Delgado.
“Isto confirma, a nível fúngico, o que já se sabe sobre as bactérias, que a cavidade nasal é um importante reservatório de agentes patogénicos oportunistas que podem causar rinite alérgica e asma”, escreveram os investigadores no estudo. Embora estes fungos patogénicos tenham sido descobertos em todas as amostras, Delgado e os seus colegas descobriram que os pacientes clínicos tinham comunidades fúngicas mais ricas e diversificadas nos seus narizes do que os indivíduos saudáveis. Além disso, a equipe observou evidências que sugerem que os fungos de pacientes com ambas as doenças respiratórias estão impactando o ambiente imunológico do nariz.
Contudo, talvez o mais importante seja o facto de também terem encontrado um excedente de ribonucleótido 5-aminoimidazol – um composto químico associado ao metabolismo energético e à síntese de ADN – nos narizes de pacientes com ambas as doenças respiratórias. Os cientistas sugerem que, com mais pesquisas, esta associação potencial poderia direcionar terapêuticas futuras para direcionar o AIR para tratar ou diagnosticar alergias e asma.
A equipe planeja realizar estudos de acompanhamento, dando esperança às centenas de milhões de pessoas que contam aos seus amigos que realmente é apenas alergias toda vez que eles pegam um lenço de papel.