O YouTube removeu cinco canais vinculados à Tenet Media após uma acusação do Departamento de Justiça que vinculava a empresa ao governo russo. O extinto canal Tenet Media hospedava centenas de vídeos de influenciadores de direita como Dave Rubin, Tim Pool e Benny Johnson.
O DOJ alegou que os fundadores da Tenet Media, Lauren Chen, e o marido Liam Donovan pegaram dinheiro de funcionários do estado russo para financiar vídeos que ecoam pontos de discussão favoráveis ao Kremlin. Chen e Donovan supostamente contrataram muito do trabalho para influenciadores como Pool, Rubin, Johnson e Lauren Southern. Agora, muitos desses vídeos, que frequentemente tinham menos de cinco mil visualizações, sumiram do YouTube.
“Após uma acusação do Departamento de Justiça dos EUA e após uma análise cuidadosa, estamos encerrando o canal Tenet Media e quatro canais operados por sua proprietária Lauren Chen como parte de nossos esforços contínuos para combater operações de influência coordenadas”, disse o YouTube em um comunicado.
O YouTube não é a única empresa que está cortando laços com Chen. Horas depois que o DOJ revelou a acusação, a Blaze Media — uma empresa fundada por Glenn Beck — anunciou que havia demitido Chen. Ela trabalhou lá como colaboradora e apareceu em vídeos para a empresa. “Lauren Chen era uma contratada independente, cujo contrato foi rescindido”, CEO Tyler Cardon disse a Semafor.
A acusação não selada não nomeou Chen, Donovan ou Tenet Media, mas vários jornalistas conseguiram confirmar de forma independente que eles são as pessoas não identificadas no centro das acusações. De acordo com a acusação, Chen e Donovan sabiam que estavam sendo pagos por russos. Os dois brincaram sobre isso em mensagens privadas do Discord vistas pelos investigadores. Muitos dos influenciadores envolvidos negaram qualquer conhecimento do esquema e o DOJ afirmou que eles não sabiam.
A acusação não selada fazia parte de um conjunto mais amplo de ações de Washington nesta semana, com o objetivo de desmantelar as campanhas de influência russa nos EUA. O Departamento do Tesouro sancionou mais pessoas, o DOJ apreendeu 32 domínios de internet acusados de espalhar desinformação e também acusou ex-presidente do National Interest Dimitri Simes com planos de escapar das sanções dos EUA.
Um depoimento de 277 páginas divulgado pelo Justice na quarta-feira incluía documentação interna que supostamente mostrava o planejamento de uma campanha de desinformação russa. De acordo com a Wiredalgumas operações tinham como alvo específico jogadores, bem como “usuários do Reddit e de painéis de imagens, como o 4chan”.
De acordo com o depoimento, a Agência de Design Social da Rússia (SDA) tem uma lista de 2.800 influenciadores e 1.900 anti-influenciadores que ela monitora constantemente. “Eu avalio que ‘anti-influenciador’ indica que a conta publica conteúdo que a SDA vê como contrário aos objetivos russos”, disse o depoimento. Ele não nomeou os milhares de influenciadores que Moscou supostamente está monitorando, mas observou que 21% deles estão baseados nos EUA.